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O 'ofício' da discórdia: A fragilidade de uma denúncia que quer cassar um prefeito pela ausência de um pedaço de papel

Bayeux é muito mais do que tudo isso e nunca precisou tanto da união da sua classe política para seguir seu rumo, como neste momento.

O capítulo mais recente da conturbada história política de Bayeux está na apresentação de uma pseudo-denúncia, protocolada pelo vereador Roni Alencar, cujo teor pede a cassação do prefeito Berg Lima por não ter respondido a um ofício.

Diante de todas as emergências que a cidade e o seu povo possuem em tempos que necessita de um projeto de reconstrução, o Poder Legislativo precisa parar a sua intensa e propositiva produção pada analisar a admissibilidade de um pedido de cassação e, por conseguinte, de uma nova alternância de poder, cujas consequências seriam desastrosas no momento-chave que a cidade vive.

Em dezembro passado, Berg teve de volta sua cadeira respaldado por uma decisão colegiada de um tribunal superior (STJ). Teve devolvido pela Justiça o seu direito de governar a cidade, mas que também não tem escondido de ninguém a sua disposição de dialogar e de marchar de mãos dadas com a população e com a classe política para, juntos, realizarem o trabalho de soerguer Bayeux, devolvendo ao município a oportunidade única de avançar rumo ao futuro.

A fragilidade da mais nova denúncia é tanta que chega a beirar o inimaginável quando se percebe o quanto Roni perde tempo e energia tramando derrubar do comando do município um cidadão que teve sua condição de prefeito restituída pelo judiciário, podendo o vereador esperar por 2020 e disputar a prefeitura no voto. Afinal, quem quer ser prefeito busca esse mérito nas urnas, de forma democrática, jamais com a armação de um golpe escancarado, como os que temos visto, buscando usar a Câmara como escudo para prejudicar a cidade por interesses duvidosos.

É inacreditável que diante de tantos problemas vivenciados pela cidade, a prioridade seja a ausência de um pedaço de papel, enquanto seus irmãos e irmãs esperam por ações com a propositura de projetos e matérias que visem melhorar de forma significativa a sua qualidade de vida .

Será que não temos coisas mais importantes e urgentes a fazer por Bayeux?

Sem jamais usurpar do vereador a sua prerrogativa de fiscalizador, mas quão proativo seria ao parlamentar se nos trouxesse sugestões e ajuda para as soluções dos sérios problemas por que passa a nossa cidade?

Paremos para refletir no sentido de que, saindo Berg neste momento, um quarto prefeito assumiria o município por um mês até convocar novas eleições para que um quinto gestor assuma o comando da cidade em apenas três anos, lhe restando praticamente mais um ano até o próximo pleito, sem tempo algum para governar ou realizar qualquer obra ou ação estruturante em prol do nosso povo.

A quem interessa que o caos se instale mais uma vez em Bayeux?

É algo inconcebível para a nossa realidade.

O momento requer muita reflexão acerca do grave dano que pode ser causado pelo calor das emoções traduzidas num desejo sádico de ver a cidade parar no tempo e ter o seu povo à mercê da própria sorte por um simples jogo de poder pelo poder.

Bayeux é muito mais do que tudo isso e nunca precisou tanto da união da sua classe política para seguir seu rumo, como neste momento.

Fonte: Mauro de Adelaide
Créditos: Mauro de Adelaide