O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro informou que os valores desviados pela organização do ex-presidente Michel Temer, preso nesta quinta-feira (21), em São Paulo, são da ordem de 1,8 bilhão de reais.
Em nota, o órgão cita que as investigações apontam que a organização praticou diversos crimes envolvendo variados órgãos públicos e empresas estatais. “As investigações apontam que a organização criminosa praticou diversos crimes envolvendo variados órgãos públicos e empresas estatais, tendo sido prometido, pago ou desviado para o grupo mais de R$ 1 bilhão e 800 milhões de reais”.
Os procuradores também afirmam que as investigações são de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. “Na presente investigação são apurados crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, em razão de possíveis pagamentos ilícitos feitos para o grupo criminoso liderado por Michel Temer, bem como de possíveis desvios de recursos da Eletronuclear”, diz o documento do MPF.
Os pedidos dos desvios, dizem os investigadores, eram feitos por José Antunes Sobrinho, dono da empresa Engevix Engenharia. O empresário fez uma delação premiada, em que revelou os esquemas praticados na usina Angra 3.
“Após celebração de acordo de colaboração premiada com um dos envolvidos e o aprofundamento das investigações, foi identificado sofisticado esquema criminoso para pagamento de propina na contratação das empresas Argeplan, AF Consult Ltd e Engevix para a execução do contrato de projeto de engenharia eletromecânico 01, da usina nuclear de Angra 3”, afirma a nota do MPF.
Segundo os procuradores, as investigações também apontaram que o alegado grupo criminoso procurou atuar para atrapalhar as investigações por meio de ações de contrainteligência, de versões combinadas entre suspeitos e de documentos forjados para despistar os investigadores.
Nomeada de Radioatividade, a operação prendeu o ex-presidente da República Michel Temer, em São Paulo, e o ex-ministro Moreira Franco, no Rio de Janeiro. A PF cumpre mandados contra mais seis pessoas, entre elas empresários e o coronel João Batista Lima Filho, amigo de Temer.
Leia a nota do MPF na íntegra
Fonte: Exame
Créditos: Exame