Após reunião com o presidente Donald Trump na Casa Branca, o presidente Jair Bolsonaro passou a adotar a estratégia americana de deixar em aberto as opções discutidas contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
A ala militar do governo brasileiro descarta a possibilidade de apoiar uma intervenção militar no país vizinho, que enfrenta uma profunda crise política, econômica e social. O próprio Bolsonaro vinha reproduzindo esta resposta.
Mas, ao ser questionado se apoiaria o uso de armas contra Maduro, Bolsonaro se esquivou e disse há certos assuntos que não são divulgados por razões estratégicas.
“Tem certas questões que se você divulgar deixam de ser estratégicas. Assim sendo, essas questões se forem discutidas, se já não foram, não podem ser divulgadas”, disse o presidente nos jardins da Casa Branca. “Se por ventura, vierem à mesa, certas medidas não podem ser tornadas públicas.”
A fala destoa da declaração do vice-presidente Hamilton Mourão de fevereiro que, em reunião com o Grupo de Lima, em Bogotá, afirmou que o País não apoiaria uma intervenção militar.
Brasil e EUA estão entre os mais de 50 países que não reconhecem a legitimidade do governo do presidente chavista Nicolás Maduro e consideram o líder opositor Juan Guaidó presidente interino do país.
O presidente americano costuma repetir que “todas as opções estão sobre a mesa”, ao falar sobre Venezuela. Nesta terça-feira, 19, Trump repetiu a frase. “Todas as opções estão abertas”, disse o americano.
A jornalistas, após deixar a Casa Branca, Bolsonaro falou que a orientação do Brasil é de “diplomacia em primeiro lugar, até as últimas consequências”. “Trump repetiu que todas as hipóteses estão na mesa. O que ele conversou comigo reservadamente, me desculpa (sic), mas não poderei conversar com vocês”, afirmou Bolsonaro. “A certeza: nós queremos resolver essa situação porque o Brasil está sendo prejudicado e não nos interessa, nem a nós nem a eles, que o País se perpetue na situação que está a Venezuela”, disse Bolsonaro.
No comunicado conjunto assinado pelos dois presidentes, eles se comprometem apenas a continuar a dar suporte a Guaidó. Nos bastidores, autoridades americanas dizem que os EUA não pretendem partir para uma intervenção militar, mas preferem deixar publicamente a ameaça em aberto. O apoio de lideranças regionais é considerado crucial para que os EUA avancem nesse sentido.
Nos jardins da Casa Branca, Trump disse que o Brasil tem sido um “extraordinário líder” no apoio ao “esforço do povo venezuelano” pela liberdade e democracia. “O Brasil ajudou muito”, afirmou Trump.
Fonte: Agência Brasil
Créditos: Agência Brasil