Um dia após a morte da atriz Maria Isabel de Lizandra, mais uma veterana e pioneira da TV brasileira se vai: Márcia Real. A atriz faleceu nesta sexta-feira, 15 de março, às 2h55 da madrugada, em um hospital em Ibiúna, interior do estado de São Paulo, onde estava internada. De acordo com sua filha Márcia Regina, a atriz sofria há mais de uma década de Alzheimer.
Márcia Real tinha 90 anos, deixa 2 filhas e 3 netos. O velório é nesta sexta-feira, a partir das 17h30, e o enterro, sábado, às 10h, no Cemitério São Paulo, na Rua Cardeal Arcoverde.
Simpática, vivaz, falante, assim era conhecida Márcia Real no meio artístico. A atriz nasceu Eunice Alves (seu nome verdadeiro), em São Paulo, em 6 de janeiro de 1929. Sua chance no teatro aconteceu ainda adolescente, de um encontro casual com Bibi Ferreira na rua: conversaram e veio o convite para ela atuar na peça “Minhas Queridas Esposas”.
De uma passagem pela Rádio Tupi, Márcia foi para a televisão, atuar em teleteatros, no “TV de Vanguarda”, “TV de Comédia” e “Grande Teatro Tupi”. Foi um os principais nomes da TV Tupi na época, década de 1950 e início de 1960. A estreia em telenovelas foi em “Corações em Conflito”, na TV Excelsior, em 1964. A atriz também atuou em cinema e teatro, e foi dubladora e apresentadora – ao lado de Aírton Rodrigues, apresentou o “Clube dos Artistas” por 10 anos.
Na TV, ainda na década de 1960, atuou em novelas da Excelsior como “Vidas Cruzadas”, “A Grande Viagem”, “Redenção”, “Sangue do Meu Sangue” e outras. Com o fim da Excelsior, migrou para a Record de Paulo Machado de Carvalho, tendo atuado em “As Pupilas do Senhor Reitor”, “Os Deuses Estão Mortos” e outras. Esteve em duas novelas da fase final da Tupi: “Aritana” e “Gaivotas”, entre 1978 e 1979.
Márcia Real retornou à TV apenas no final dos anos 1980, na Globo, sempre em papeis de mulher rica, fina e espirituosa: Walkíria em “Bebê a Bordo”, Áurea em “Mico Preto”, Sálvia em “De Corpo e Alma” e Isadora em “Quatro por Quatro”, novelas exibidas entre 1988 e 1995. Sobre suas participações em “Bebê a Bordo” e “Quatro por Quatro”: Márcia tinha o timing exato para o texto rápido e sarcástico do autor Carlos Lombardi.
Márcia Real estava há mais de 15 anos afastada da televisão. Entre o final dos anos 1990 e início dos 2000, atuou em produções como “Olho da Terra” e “Canoa do Bagre”, na Record, e no humorístico “Ô Coitado” e na novela “O Direito de Nascer” (reexibida ano passado na TV Aparecida), no SBT. O último trabalho foi em 2003, na série cômica “Spa TV Fantasia”, da Rede Brasil (atualmente em reprises).
Fonte: UOL
Créditos: Nilson Xavier