“O que se trava aqui, a rigor, a par de um debate sobre competência [atribuição legal], é uma disputa de poder, e se quer ganhar a fórceps, constranger, amedrontar as pessoas”, disse Gilmar.
“O combate à corrupção tem que se fazer dentro do âmbito da lei”, disse o ministro.
Procuradores da Lava Jato têm publicado artigos contrários a remessa à Justiça Eleitoral dos processos da operação. Gilmar chegou a chamá-los de “cretinos” hoje.
Por seis votos a cinco, o STF decidiu hoje que processos da Operação Lava Jato que envolvem crimes eleitorais, como caixa dois, associados a crimes comuns, como corrupção, devem tramitar na Justiça Eleitoral.
Ontem, o presidente do STF, Dias Toffoli, pediu que o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) investigue as críticas à Segunda Turma do Supremo feitas pelo procurador do MPF (Ministério Público Federal) Diogo Castor, que integra a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Em artigo publicado no site “O Antagonista”, Castor afirma que “vem sendo ensaiado na Segunda Turma do STF o mais novo golpe à Lava Jato” e menciona a possibilidade de “ataques covardes engendrados nas sombras”.
Na sessão de hoje (14), Gilmar Mendes também criticou a criação de uma fundação pelo MPF de Curitiba para administrar o dinheiro pago pela Petrobras como forma de encerrar processos nos Estados Unidos ligados ao esquema de corrupção na estatal. O valor do fundo é estimado em R$ 2,5 bilhões.
“O que se pensou com essa fundação do Deltan Dallagnol [coordenador da força-tarefa da Lava Jato] foi criar um fundo eleitoral. Imagine quanto se teria à disposição. Esta gente faria tudo no Brasil, faria chover com esse dinheiro. É projeto de poder, é disso que nós estamos falando”, disse Gilmar.
A criação da fundação foi suspensa pelo MPF após o projeto receber críticas de diferentes setores. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, chegou a mover uma ação no STF contra a fundação.
Fonte: UOL
Créditos: UOL