O vereador Marcello Siciliano (PSH-RJ) seguirá sendo alvo de investigação da polícia por conta do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. De acordo com a mesma denúncia anônima que menciona Ronnie Lessa como executor da vereadora, o parlamentar seria a pessoa que ordenou o crime, por R$ 200 mil. A informação foi trazida pelo Jornal O Globo e consta no inquérito da Delegacia de Homicídios (DH).
Siciliano já havia sido ligado ao assassinato em maio do ano passado, por conta da delação de uma testemunha, que, entretanto, voltou atrás em fevereiro deste ano e disse que mentiu.
Na terça-feira, o delegado Giniton Lages, chefe da DH do Rio de Janeiro, não descartou o nome de Siciliano, apesar de, na ocasião, não tê-lo citado na denúncia. Além disso, Lages afirmou que haverá uma segunda etapa de investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Nesta fase, serão investigados possíveis mandantes do crime e o paradeiro do carro utilizado no dia do assassinato.
Ainda de acordo com Lages, nesta segunda etapa será investigada ainda a motivação do atirador, uma vez que os policiais identificaram que Ronnie Lessa, policial militar reformado detido hoje, nutria ódio contra pessoas de esquerda e havia pesquisado informações de Marielle e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), entre outros.
“O perfil dele [Ronnie Lessa] revela uma obsessão por determinadas personalidades que militam à esquerda política”, disse Lages. “Você percebe ódio e desejo de morte. Você percebe o comportamento de alguém capaz de resolver uma diferença do modo como foi o caso Marielle.”
Segundo o delegado, as apurações não se encerram nas prisões do sargento reformado Ronnie Lessa e do ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, realizadas nas primeiras horas desta terça-feira.
“O caso ainda está em aberto. Estamos entregando a primeira fase, e a segunda ainda está em andamento”, disse o delegado, que lembrou que, na terça, foram cumpridos também 34 mandados de busca e apreensão referentes ao caso.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo