Dezenas de atividades, entre atos públicos, marchas, palestras, mobilizações, oficinas e outras ações serão realizadas durante o mês de março, na Jornada das Mulheres, promovida por organizações e agrupamentos de Mulheres em toda a Paraíba.
Na Capital, o ato público será realizado nesta sexta-feira (8), às 14h, com concentração em frente ao Teatro Santa Roza, na Praça Pedro Américo, com o tema Mulheres Vivas, Livres e por Direitos: Somos todas Marielle. As atividades fazem parte de uma agenda global da luta das mulheres por mais direitos e menos violência.
A programação é descentralizada e se estende de João Pessoa a Cajazeiras, que também terá um ato público na mesma data, pela manhã. Em Patos, o ato público denunciará como a Reforma da Previdência prejudica a vida das mulheres, enquanto Remígio recebe no dia 14 a Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia.
O ato em João Pessoa lembra o assassinato da vereadora Marielle Franco, há um ano, no Rio de Janeiro, cuja investigação aponta para milicianos. Marielle era vereadora pelo PSOL e defensora das das causas sociais. Sua morte, ainda sem solução, vem sendo lembrada em atos no país inteiro na busca de respostas e justiça. No Carnaval, blocos e escolas de samba também realizaram
homenagens.
>>> Confira os eixos da programação:
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I – ATOS DE RUA, CAMINHADAS, MARCHAS NA PB
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CAJAZEIRAS
8/03 – 8h – Ato pela vida das mulheres – Ninguém solta a mão de ninguém – Concentração em frente à delegacia da mulher em Cajazeiras – Organização: MMM, CPT, SINFUMC, CDM, Delegacia das mulheres e Conselho de Igualdade Racial.
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PATOS
8/03 – 8h – Reforma da Previdência – Teatro: Feminicídio \ Brumadinho – Concentração: Praça Everaldo Mota – Organização: Sindicatos, UBM, Meninas do Axé
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JOÃO PESSOA
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8/03 – 14h – Intervenções e Caminhada: Mulheres, Vivas, Livres e por direitos. SOMOS TODAS MARIELLE – Concentração: Praça Pedro Américo em frente ao Teatro Santa Rosa – Organização: Movimento de mulheres e organizações apoiadoras
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CAMPINA GRANDE
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8/03 – 15h – Ato pela vida das mulheres, somos todas Marielle Resistimos para viver, marchamos para transformar. Em defesa da Previdência, dos Direitos e das Liberdades Democráticas – Concentração: Praça da Bandeira – Organização: Movimento de mulheres e organizações apoiadoras
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REMÍGIO
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14/03 – 8:30 às 12:30h – X Marcha Pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia – Organização: 14 sindicatos de trabalhadores rurais da região da Borborema na Paraíba em parceria com a AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia
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II – PANFLETAGEM, INTERVENÇÔES DE RUA E MOBILIZAÇÕES
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MOBILIZAÇÕES
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CONDE
8/03 – manhã – Mobilização pela não municipalização da saúde indígena – Organização: Comunidade Tabajara.
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8/03 – 14h – Março de cidadania com Serviços as Mulheres, distribuição de mudas de plantas e Torneio de Baleado. Local: Praça do Mar – Organização: Coordenação de Políticas Públicas Para as
Mulheres do Município do Conde e Grupos de Mulheres da Comunidade Quilombola
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JOÃO PESSOA
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8/03 – 7:30 h – Panfletagens nos portões de entrada da UFPB, Campus I. Organização: Fórum de
Mulheres em Luta da UFPB.
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22/03 – horário a definir – Paralisação e ato contra a Reforma da Previdência – Organização: Fórum de Mulheres em Luta da UFPB, Movimentos de Mulheres e Centrais Sindicais
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III – EXPOSIÇÕES, FESTIVAL, FILMES, FEIRAS E BATUCADAS
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JOÃO PESSOA
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7/03 – 20h – Coletiva de imprensa de Lançamento do Festival Marielle Vive
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8/03 – 20h – 3a Edição SerTÃO Mulher – Marielle vive – Local: San Junpero Pub – Praça Dom Adauto Organização: Projeto SerTÃO Mulher.
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8 a 15/03 – Campanha de arrecadação de material higiene, durante todo o dia 08 haverá uma tenda de arrecadação durante Ato pela vida das mulheres na praça Pedro Américo e do dia 09 ao dia 15 será no Mosteiro de São Bento – Pastoral Carceraria
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9/03 – 15h – II Prévia do Festival Marielle Vive – Performance “Elas não cederão” e pocket show de Gláucia Lima e Malacares – Local: Cherim Bom
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12/03 – 18 h – Mulheres e Comunicação: esse assédio profissional nosso de cada dia, com
Margarete Nepomuceno. Local: UFPB. Organização: Fórum de Mulheres em Luta da UFPB
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12/03 – 18h – III Prévia do Festival Marielle Vive – Praça Marielle Franco UFPB – Slam de Resistência e o cerimonial de fixação da placa. Campus UFPB -Centro de Educação – Projeto Liberdade Igualdade Sororidade – LIS
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13/03 – 17h- Mulheres da Paraíba fazem Cinema: Amostra de filme com diretoras Paraibanas e amostra de filmes com produtoras paraibanas, Local: Cine Aruanda. Organização: Fórum de Mulheres em Luta da UFPB
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14/03 – 10h às 22h – Festival Político e Cultural Marielle Vive, Justiça por Marielle e Anderson – 12 horas de resistência para 12 meses de espera – Local: Lagoa – Organização: Sindicato dos Correios,
ADUFPB, SINTESPB, ADUEPB, SEDUP, SINDFISCO, PSOL e PT
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19/03 – 10h – Entrega dos Quites da Campanha de arrecadação de material higiene, missa e abertura
do Projeto Lê pra crê — Centro de ressocialização Maria Júlia Maranhão.- Organização: Pastoral
Operária
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27/03 – 10h – Peça Teatral: “O último assalto de um casamento- Local: Teatro Minerva – CAMPUS
II de Areia- Organização Fórum de Mulheres em Luta da UFPB
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29/03 – Palestra sobre machismos, opressões e a reforma da Previdência – Locais: Mangabeira e
Castelo Branco – Organização: Mulheres do PSTU
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29 e 30/03 – Cuidado e auto-cuidado – Curso de Reflexologia e Massagem antistress – Local: Cunhã
– Organização: Mulheres do PSTU e Cunhã
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30/03 – 16h – Mostra de Cinema Telas por Elas – Local: Mangabeira Shopping – Organização:
Projeto LIS e Mangabeira Shopping.
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1 a 30/03 – horário comercial – Exposição de PARAHYBAS – Local: Livraria do Luiz – Curadoria: Ednamay Cirilo Leite – Apoio Cultural: ACRAA Associação Cultural e Recreativa Anjo Azul, blocos As Anjinhas do Universo Feminino e Confraria de Malagrida.
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CAJAZEIRAS
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8/03 – 19:30h – Prévia do Festival Marielle Vive – Sarau pela vida das mulheres- Somos todas Marielle – Local: NEC de Cajazeiras – Organização: MMM, CPT, SINFUMC, CDM, SINTEO , Delegacia das mulheres e Conselho de Igualdade Racial, SINTEP
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RIO TINTO / MAMANGUAPE
14/03 – 17h – Ato: 1 Ano do Assassinato de Marielle Franco Fixação da Placa em homenagem a
Marielle Franco – Local: Praça dos Ventos do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE) em
Rio Tinto – Organização: Fórum de Mulheres em Luta da UFPB.
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CONDE
17/03 – 17h – Desfile de Rainhas da África, Feirinha e Aulão de Zumba – Organização: Quilombo
do Ipiranga e coordenação de política Públicas para as Mulheres e Coordenação de Cultura do
Conde
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GUARABIRA
30/03 – Feira Feminista Solidária – Alusiva ao dia Internacional das Mulheres – Organização:
Fórum da Economia Solidária – SEDUP, Caritas, CPT, NUCAES, IFPB
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IV – OFICINAS, CURSOS, RODAS DE DIALOGOS E SEMINÁRIOS
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JOÃO PESSOA
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7/03 – 10h às 13h e 15h às 18h – Oficina de Bandanas e Batucada – Local: Centro de Vivências da UFPB – Organização: Projeto LIS, Comissão de Comunicação 8M – PB e Marcha Mundial das Mulheres.
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7/03 – 16h – Semana pela Igualdade de gênero – Local: IFPB Campus Avançado Cabedelo – Organização: Centro IFPB Cabedelo, Slam Parahyba e Baralha do Half.
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7/03 – 19h – Bate-Papo “Coletor Menstrual: saúde para a mulher e para o planeta”, com Petra Ramalho. Local a definir. Organização: Fórum de mulheres em Luta.
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8/03 – 8 h- Encontro de Mulheres do MST, intervenções em defesa da vida, doação de sangue e preparação para o ato de rua. Local: Liceu Paraibano. Organização: MST
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8 a 10/03 – 9h30 – III Encontro Estadual de Mulheres da RECID – Local: Mosteiro de São Bento Organização 8 a 10/03 – 9h30 – III Encontro Estadual de Mulheres da RECID – Local: Mosteiro de São Bento Organização – RECID, UP, ONG Menina Feliz, Casa Pequeno Davi e Instituto Frei Beda.
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12/03 – 8h às 12h – Seminário – Bolsonaro piora a vida das mulheres: como fazer o enfrentamento dos desmonte das políticas públicas? – Local: Auditório do SINTTEL – Organização: CUT-PB
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12/03 – 17h – Encontro de mulheres petistas da grande João Pessoa – Campanha pela liberdade do presidente Lula – Local: Sede Regional do PT-PB – Organização: Secretaria Estadual de Mulheres
do PT.
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13/03 – 18:30 às 21:30h – Debate – Lutas diárias enfrentadas para ocupar, permanecer e evoluir nos espaços de trabalho – Local: Usina Cultural Energisa – Organização: Sin Comunicação e Ima Gestão de Imagem, apoio Projeto LIS e Usina Cultural Energisa.
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14/03 – 17h – Curso de Música para Mulheres – do fazer a leitura – Local: Sala 03 do Departamento de Música da UFPB- Organização: Harue Tanaka
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15/03 – 9:00h – Audiência Pública e Plenária para as Mulheres – Lançamento da Marcha das Margaridas – Local: FETAG – Organização: Secretária de Mulheres da FETAG e Movimento de Mulheres
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16/03 – Debate sobre o papel da mulher na estrutura das igrejas – Local: Salão Paroquial da Igreja São Francisco das Chagas – Rangel – Organização: Grupo de mulheres da comunidade São Francisco das Chagas.
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19/03 – a definir – Mesa de Abertura da Jornada Feminista – Local: UFPB. Organização: Fórum de Mulheres da UFPB
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19/03 – 14h às 17h – Oficina de proteção e segurança digital feminista – Local: SINTEP-PB – Organização: Universidade Livre Feminista, Articulação de Mulheres Brasileiras, Intervozes e Cunhã Coletivo Feminista.
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19/03 – 19h – Palestra sobre violência contra a mulher e legislação – Local: Condomínio Sassá Ilha do Bispo – Organização: Centro 8 de Março.
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20/03 – 13:30h – Oficina: “Nem 4 horas, nem 1 minuto! Como denunciar a violência doméstica”. Local Sala Multimídia do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), Organização: Grupo MARIAS de Extensão e Pesquisa em Gênero, Educação Popular e Acesso à Justiça e Fórum de Mulheres da UFPB.
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21/03 – 9 às 20h – Jornada Feminista: III Ocupa Praça Feminista Local: Praça da Alegria no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) UFPB. Organização: Fórum de Mulheres da UFPB
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27/03 – 15h – Formação interna com novas integrantes no GMLB Maria Quitéria Núcleo Vanderlei Castro – Organização: Grupo Maria Quitéria.
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29/03 – 18:30h – Lançamento do Relatório sobre Violações de Direitos Humanos das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar no Sistema de Justiça da Paraíba- Local: Auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) UFPB. Organização: Grupo MARIAS de Extensão e Pesquisa em Gênero, Educação Popular e Acesso à Justiça e Fórum de Mulheres da UFPB
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CABEDELO
8/03 – 10:30h – Roda de diálogo – Movimento de Mulheres, Feminismos e Identidade. Local: Colégio Ser Cabedelo – Organização: Projeto LIS e Colégio Ser.
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BAYEUX
15/03 – 19:30h – Roda de Diálogo – Movimento de Mulheres, Feminismos e Gênero – Local: E. E. E. F. M. Antônio Gomes Bayeux Projeto LIS e E. E. E. M. Antônio Gomes.
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BANANEIRAS
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20/03 – 9:30h – Roda de Conversa sobre Maternagem na Academia, com lanche coletivo e atividade para as crianças- Local: UFPB – CAMPUS III Grãozinho- Organização: Fórum de Mulheres em Luta da UFPB – Luisa Quarezemin Zafanan e Katarine Silva
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20/03 – 9h – Jornada Feminista – Local Campus III – Organização: com Juliana Sampaio e Juciane de Gregori Fórum de Mulheres em Luta da UFPB
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RIO TINTO / MAMANGUAPE
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18/03 – 19h Debate com Lançamento do Livro de Marielle Franco, com fixação da Placa em homenagem à Marielle Franco – Local: Auditório do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE) em Mamanguape – Organização: Fórum de Mulheres em Luta da UFPB
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CAMPINA GRANDE
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23/03- 08h às 15:30h – Palestra Análise Crítica da Mídia – Oficinas de Redes Sociais- Local: CUT – Organização: CUT e Secretaria Estadual de Mulheres do PT.
AREIA
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27/03 – 14h – Agrárias Jornada Feminista e I Roda de Diálogos de Mulheres em Areia/CCA Mesa- Redonda 1. Kadydja Menezes da Rocha Barreto: Direitos Humanos das Mulheres no Brasil: Lutas, Conquistas e Desafios. 2. Cleyciane Cássia Moreira Pereira: Direito e Informação para o Empoderamento de Mulheres de Áreas Rurais. 3. Nívia Cristiane Pereira da Silva: como Espaço de Resistência Frente à Atual Conjuntura. LOCAL: UFPB – CAMPUS II Auditório do Prédio Central do Centro de Ciências – Organização: Fórum de Mulheres em Luta da UFPB
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V – SESSÕES ESPECIAIS
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JOÃO PESSOA
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26/03 – Entrega do “Diploma Mulher Cidadã Ednalva Bezerra” – Local: Plenário da Câmara Municipal de João Pessoa – Organização: Mandato das Vereadoras, Deputadas e Comissão de mulheres da sociedade civil
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15\03 – Audiência pública\Sessão Especial – Assembleia Legislativa
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Saiba mais
Em pelo menos 45 cidades brasileiras, incluindo 17 capitais, protestos marcam hoje (8) o Dia Internacional da Mulher. Os atos da Marcha Mundial das Mulheres defendem o fim da violência, o respeito aos direitos civis e direitos reprodutivos e sexuais.
As imigrantes e refugiadas, as mulheres com deficiência, a questão da representatividade política, além do respeito aos direitos do público LGBTQIA+ estão entre as bandeiras das manifestações que ocorrerão ao longo do dia. A vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), cujo assassinato completa um ano sem solução no dia 14, será homenageada.
A maior parte da agenda que motiva a mobilização no Brasil coincide com os pleitos que levam às ruas mulheres de outros países nesta data.
Brasil
No caso brasileiro, o movimento também contesta a reforma da previdência. Ganha destaque ainda a luta pela democracia, pelos direitos dos povos indígenas e por uma educação não sexista, princípios defendidos, no final do mês passado, pela então representante da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Nadine Gasman, pilares da igualdade de gênero.
Relatórios recentes, produzidos por diferentes fontes, mostram que, embora as bandeiras da marcha sejam idênticas de um ano para o outro, é necessário manter os temas em discussão. De acordo com levantamentos condensados no site Violência contra as Mulheres em Dados, pelo Instituto Patrícia Galvão, a cada minuto, nove mulheres foram vítimas de agressão, em 2018.
Violência
De acordo com informações da segunda edição do estudo Visível e Invisível – A Vitimização de Mulheres no Brasil e do 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2017, a cada nove minutos, uma mulher sofreu estupro. Além disso, diariamente, 606 casos de lesão corporal dolosa – quando é cometida intencionalmente – enquadraram-se na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).
O elevado número de estupros envolve um outro crime multiplicado na sociedade brasileira: o assédio sexual. Dados de 2015 da organização não governamental (ONG) Think Olga, as brasileiras são sexualmente assediadas, pela primeira vez, aos 9,7 anos de idade, em média.
Em 2013, a pesquisa Percepção da Sociedade sobre Violência e Assassinatos de Mulheres, elaborada pelo Data Popular Instituto Patrícia Galvão, revelou que quase metade dos homens (43%) acreditava que as agressões físicas contra uma mulher decorrem de provocações dela ao ofensor. A proporção foi menor entre as mulheres: 27%.
De janeiro de 2014 a outubro de 2015, informou a ONG Think Olga, as buscas por palavras como “feminismo” e “empoderamento feminino” cresceram 86,7% e 354,5%, respectivamente.
Mercado de trabalho
A aspiração à justiça econômica também garante a aderência de muitas mulheres às passeatas. De acordo com documento divulgado ontem (7), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a diferença está presente nos contracheques. A entidade apontou que as mulheres ganham, em média, salário 20% menor que o dos homens.
O Banco Mundial estimou que a desigualdade de gênero estendida ao ambiente profissional custa ao mundo US$ 160 trilhões. A quantia está relacionada à significativa participação feminina no mercado de trabalho, pois as mulheres representam, no mínimo, 40% da força laborativa em 80 países, de acordo com o Pew Research Center.
Dupla jornada
No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há mais mulheres entre os trabalhadores com ocupações por tempo parcial (até 30 horas semanais) do que homens. Elas são as principais responsáveis pelo cuidado de pessoas e afazeres domésticos, perfazendo, por semana, três horas a mais de trabalho do que os homens. A disparidade salarial chega a ser de 23,5% no país, outro desafio a ser enfrentado.
Para a terapeuta de ThetaHealing Rosana Almeida, deve-se ter cuidado com idealizações do que é ser mulher, sobretudo quando restringem as ambições da população feminina ou enaltecem a imagem da mulher que tudo resolve, porque reforçam estereótipos de gênero.
“[Isso] é algo imposto a imagem da mulher maravilha, da guerreira: ‘Guerreira, você sustenta a casa. Guerreira, você cria seu filho sozinha.’ Isso é uma coisa que fica imposta, uma pressão que tá aqui ativa, de que você vai ter que lidar sozinha, lutar o tempo inteiro”, disse. “Não que esse processo de conquista seja uma coisa ruim, mas a luta em si o tempo inteiro, essa sobrecarga vai nos deslocando do principal, que é ser mulher”, acrescentou.
Para Rosana Almeida, as mulheres, em geral, têm questionado os papéis que foram historicamente associados a elas. Assim como os homens, que, na sua opinião, têm se mostrado mais propensos a viver de outras formas. “Isso é uma mudança. Há muita coisa ainda imposta, registrada como sendo papel a ser feito. Cada vez mais, as mulheres estão querendo romper com isso ou adoecem, e é inevitável querer mudar.”
Conscientização
Por intermédio de palestras, oficinas e reuniões programadas, as participantes da mobilização Marcha Mundial das Mulheres promoverão ao longo do dia e também durante o ano eventos para discussão. Debate incentivado pelo feminismo asiático põe em pauta a busca pela compreensão sobre mulheres racializadas.
Como esclarecem Caroline Ricca Lee, Gabriela Akemi Shimabuko e Laís Miwa Higa, no livro Explosão Feminista, em um capítulo dedicado ao tema, a vertente asiática do feminismo tem, entre suas pautas, a quebra da tradição do silêncio, tão disseminada nas culturas asiáticas e que contribui para a omissão da violência doméstica.
O objetivo é obter mais reconhecimento de identidades constituídas a partir de processos diaspóricos e dar mais visibilidade a trajetórias que têm como contexto a guerra ou a colonização.
Compreender a própria linhagem feminina e o que simboliza essa sucessão pode ser uma experiência rica, na avaliação da terapeuta Kakal Alcântara, idealizadora do método Ciranda Sistêmica, que incorpora princípios da constelação familiar. Ao tratar de questões como o patriarcado, por exemplo, a terapeuta explica que algumas participantes dividem a história de suas ascendentes, o que é, muitas vezes, libertador.
“É muito interessante perceber como as mulheres têm tido essa, eu até uso essa palavra ‘ousadia’ de olhar lá para atrás e salvar as mães, os relacionamentos das mães, as vidas financeiras das mães, entendendo, de um lugar muito profundo, o tamanho e o lugar de filha”, ressaltou Kakal Alcântara. “Quando elas se percebem nesse lugar, que podem receber e não se sentir endividadas, é como se elas fossem liberadas de poder viver todo o prazer do feminino.”
A terapeuta ressaltou que os processos de conhecimento são distintos. “As alianças passam a acontecer não só pela dor, mas, desta vez, pelo pleno exercício de poder escolher fazer diferente e ainda ser abençoada pela ancestralidade, pra poder atuar de um modo diferente.”
Fonte: Portal T5
Créditos: Portal T5