O vice-presidente Hamilton Mourão disse em entrevista ao jornal Valor classificou a desnomeação de Ilona Szabó do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, pelo ministro Sergio Moro, como uma “derrota para o país”.
“Eu acho que perde o Brasil. Perde o Brasil todas as vezes que você não pode sentar numa mesa com gente que diverge de você. O Brasil perde. Não é a figura A, B ou C. Perde o conjunto do nosso país e nós temos que mudar isso aí”, disse Mourão.
Ilona foi desconvidada por Moro após conversa com o presidente Jair Bolsonaro que disse não sustentar a indicação da pesquisadora no Conselho. Apoiadores bolsonaristas pressionaram pela saída de Ilona por suas críticas a propostas como posse de armas e ao próprio pacote de medidas, chamado de Projeto Anticrime, do ministério
Mourão minimizou a influência dos filhos de Bolsonaro na campanha nas redes pela saída de Ilona. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi um dos que insuflaram a campanha contra a escolha de Ilona Szabó. “Meu ponto de vista é como essa Ilona Szabó aceita fazer parte do governo Bolsonaro. É muita cara de pau junto com uma vontade louca de sabotar, só pode”, acusou.
Mourão, no entanto, atribuiu a crise ao que chama de “ala radical” de apoiadores do presidente e também dos que apoiam Ilona.
“Mas não foi (influência dos filhos). Ali, para mim, a minha visão é de que houve ataque de ambos os lados. Da ala mais radical dos apoiadores do presidente e houve ataques da ala mais radical que apoia as visões que a Ilona tem, que também diziam ‘você não tem que estar junto ai, você não tem que estar com esse pessoal'”.
Questionado se a saída da indicação de Moro não representaria um enfraquecimento do ministro no governo, Mourão disse que o recuo faz “parte da política”. “A política é isso aí, você não consegue impor, senão vira ditadura”, disse.
Fonte: Brasil 247
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