mais uma demissão

Bolsonaro demite presidente da estatal de comunicação EBC após desentendimento

Demissão de Luiz Ferreira ocorreu após desentendimentos com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Santos Cruz

O presidente Jair Bolsonaro decidiu exonerar o atual presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Luiz Antonio Ferreira, nomeado na gestão do ex-presidente Michel Temer.

A exoneração será publicada na edição de segunda-feira (25) do Diário Oficial da União. O nome indicado para substituí-lo é o do atual diretor de operações, Alexandre Henrique Graziani.

Para ser nomeado, o novo presidente ainda precisará passar pela análise do setor de inteligência do Palácio do Planalto, que faz uma triagem sobre a conduta passada do executivo.

“Haverá substituição e quem assumirá será Alexandre Henrique Graziani”, disse o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.

A demissão ocorreu após desentendimentos entre Ferreira e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Santos Cruz, responsável pela reestruturação do conglomerado de comunicação.

Ferreira não concordou com a política de corte de pessoal, estudada pela nova gestão, e os planos de alteração das programações das televisões e rádios.

Hoje, a empresa estatal é formada por dois canais de televisão, sete emissoras de rádio e duas agências de notícias. Ao todo, são 1.705 empregados concursados.

A ideia estudada pelo novo governo é fazer um corte de até 10% do quadro pessoal, manter apenas uma emissora de televisão, com perfil estatal, e reduzir para cinco as emissoras de rádio.

A reestruturação, no entanto, não será feita imediatamente. A previsão é de que ela ocorra em um prazo de dois anos, com a venda de imóveis e estúdios.

Procurado pela Folha, Luiz Antonio disse que deixa a EBC “em processo ordinário e natural”, decorrente “do exercício de cargos de confiança”. Ele negou que tenha tido desavenças com Santos Cruz.

“A movimentação feita pela Secretaria de Comunicação é um processo natural, sem desentendimento de qualquer natureza”, disse.

 

Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Folha de S. Paulo