O ex-ministro Roberto Amaral, que representou a pasta da Ciências e Tecnologia no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está em João Pessoa nesta quinta-feira, 21, para evento na Universidade Federal da Paraíba, que vai discutir o atual momento do Brasil. Em entrevista hoje na Rádio Tabajara, ele falou que não há esperança de melhorias para o Brasil com o presidente Jair Bolsonaro na Presidência.
Ele foi além e afirmou que “o golpe é permanente, contínuo, está em andamento e não será concluído em breve”.
“As pessoas acham que só existe ditadura quando veem um militar chegando a cavalo, isso não tem a ver com a realidade brasileira, um golpe é a ruptura do processo político e nós não entenderemos este processo se nós acreditarmos que tivemos uma transição de governo; sai Temer e entra o capitão paraquedista, não é isso, tivemos uma mudança de regime, uma grande mudança no sistema de governo”, disse.
Para Amaral, a política brasileira é “burra, criminosa e lesa pátria ou inteligentemente antinacional”. Ele afirmou hoje que o Brasil é governador “pela força militar, nomeadamente pelo Exército, já temos dez ministros militares e a concepção de governo, esse processo decorre de um planejamento de Estado Maior, o planejamento foi feito no Forte Apache, onde acontece o comando do Exército do Brasil, e Bolsonaro é o cavalo encilhado que estava passando e os militares montaram neste cavalo para se aproveitar de sua popularidade”.
“Ele fez o milagre de trazer os militares de volta ao poder, sem ruptura, a direita e a esquerda foram burras, mas a grande derrota foi da esquerda, quem ganhou foi a extrema-direta protofascista, Bolsonaro se comporta como Fernando Collor”, destacou o ex-ministro quando foi questionado sobre o novo regime instituído no Brasil.
“No quadro de hoje, nem sei se teremos eleições em 2022, não apostaria nisso, o desastre de Bolsonaro é uma responsabilidade das Forças Armadas, Bolsonaro é um instrumento, ele é fruto das contingências e pode ser descartado e o Estado Maior já se posicionou sobre o que ele está fazendo, ele só fica no governo se aceitar o papel de Rainha Elizabeth, apesar das limitações cognitivas dele, acho que ele tem consciência disso”, pontuou.
Ele seguiu dizendo que a ascensão dos militares vai forçar Bolsonaro a se livrar da família “e parar com a interferência deles no governo, é uma influência nociva no governo, tomam atitude de governo sem ser governo, acusados de ligações com crime organizado no Rio de Janeiro e de se apropriarem de salários de servidores da Assembleia Legislativa”.
Amaral disse ainda que Bolsonaro é fruto da mídia e destacou que Bolsonaro teve sua campanha construída pela mídia nacional e pela igreja, através de “púlpitos comerciais das igrejas primitivas brasileiras”.
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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba