Dificuldades tucanas

Paulo Santos

Há grandes semelhanças das dificuldades enfrentadas pelas pré-candidaturas tucanas do senador Cícero Lucena em João Pessoa e do deputado federal Romero Rodrigues. Há uma sensação, entre correligionários de ambos, que eles podem até ser eleitos, mas terão que enfrentar – segundo expressão de um deles – “os 12 trabalhos de Hércules!”

Nas últimas horas têm-se acentuado as divergências que vão cada vez mais penalizando os dois pré-candidatos. Já não bastava o abandono a que foram relegados pela estrela maior do ninho – o senador Cássio Cunha Lima – e algumas outras lideranças menos expressivas.

Em conversas informais os tucanos pessoenses e campinenses enumeram os problemas porque Cássio estaria apenas esperando os resultados para poder se decidir se enfrenta – ou não – os caminhos naturais de candidatura. A queixa é que essa postura do senador não contribui para viabilizar as dois postulantes.

Romero está sendo pressionado para colocar a campanha na rua, está encurralado com as cobranças de vice, mas não tem apoio do Governo nem do partido e ainda tem que aguentar tudo isso calado. Cícero também pratica a política da boa vizinhança.

Um fato chamou a atenção dos tucanos nas últimas horas: o silêncio de Cássio diante das agressões sofridas por Cícero da pré-candidata do PSB, Estelizabel Bezerra, além da ausência do senador de um encontro do PSDB. Quem comenta acha que o pré-candidato a prefeito sempre deu mostras de sua afinidade com o clã Cunha Lima, mas nos últimos tempos não tem bônus.

Esses mesmos tucanos que observam a candidatura de Cícero não compreendem, igualmente, os abandonos de Hervásio Bezerra e João Gonçalves. Os dois parlamentares, porém, viabilizam seus projetos pessoais, O primeiro, atual líder na Casa Epitácio Pessoa, quer se consolidar como deputado, enquanto Gonçalves sonha acordado com um mandato federal.

Nesse clima de desenvontros e controvérsias éimpossível prever que Cícero e Romero terão bons desempenhos. Ambos cumprem bons mandatos nas cadeiras que ocupam, mas podem ter dado um salto maior do que suas pernas partidárias poderiam suportar. Cícero disse, nesta quinta-feira (14) que só desiste morto. Ele continuará fisicamente vivo por muito tempo, mas não se sabe se sua candidatura sobreviverá.

MARTELO DO PTB
Tudo indica que o PTB de João Pessoa vai “bater o martelo” sobre coligação majoritária na próxima quarta-feira (20) em reunião conjunta dos diretórios esradual e municipal. É quase consensual que o partido vai fará coligação, na proporcional, com o PMDB, Serão 54 candidatos dos dois partidos e o PTB quer mandar pelo menos seis titulares para a Câmara Municipal de João Pessoa.

BRONCA
Não convidem para dançar na mesma quadrilha junina o presidente estadual do PTB, ex-deputado federal Armando Abilio, e o prefeito de Sousa, Fábio Tyrone. Em conversa com o locutor que vos fala, Abília revelou mágoa com o comportamento do Prefeito ao desistir de ser candidato à reeleição. “Ele conversou com o Governador, conversou com Cássio, mas não conversou com o partido”, disse Abílio. Sousa era o maior município da Paraíba administrado pelo PTB.

EFRAIM
Há quem aposte que o DEM de João Pessoa ainda pode dar uma guinada de 360 graus no rumo do seu barco e se encaminhar para atracar no porto de Cícero Lucena. Quem admite essa hipótese diz que o presidente estadual do Democratas, ex-senador Efraim Morais, estuda a possibilidade de entregar a carta de demissão ao governador Ricardo Coutinho, mas vem esticando a corda da ponderação, porém ainda não saiu da memória de Efraim que Cícero não o apoiou para senador em 2010.

VISITA
Alguns correligionários do ex-senador Efraim Morais acenderam o pisca-alerta ao saberem que três vestais do PSB visitaram a sede do PTB na quarta (13): o presidente estadual, Edvaldo Rosas. O presidente municipal Ronado Barbosa; e a pré-candidata Estelizabel Bezerra.

FORTALECIDO
Está enganado quem pensa que o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo, ganhou a queda de braço apenas em Cuitegi. Com ordens expressas de Cássio e Cícero, foram abertas todas as portas de Esperança. Pediu e levou.

PERGUNTAR NÃO OFENDE
O que deixou José Maranhão tão empolgado nas últimas horas? Cartas para o Altiplano do Cabo Branco.