Sebastião Vitalino

Militar é cotado para divisão que seleciona livros didáticos do MEC

Duas fontes ouvidas pela reportagem confirmaram que, há pelo menos uma semana, Sebastião Vitalino vem dando expediente no MEC mesmo sem ter sido nomeado

Um coronel da reserva do Exército sem experiência em educação básica é cotado para assumir o principal cargo responsável pela seleção dos livros didáticos que serão comprados pelo governo federal e distribuídos às escolas públicas do país.

Duas fontes ouvidas pela reportagem confirmaram que, há pelo menos uma semana, Sebastião Vitalino vem dando expediente no MEC mesmo sem ter sido nomeado.

Procurado pela reportagem, o MEC se limitou a dizer que “mesmo não nomeado, o senhor Sebastião Vitalino, assim como qualquer cidadão, pode frequentar as dependências do Ministério da Educação”.

O governo tem uma verba estimada em R$ 1 bilhão para a compra de material didático para o ensino fundamental e médio em 2019. A escolha do material que será comprado pelo governo vem sendo feita por técnicos do MEC e do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação), um órgão vinculado ao ministério.

Dentro dessa estrutura, a coordenação-geral de materiais didáticos do MEC é um dos cargos mais importantes.

O coordenador-geral de materiais didáticos atua tanto na formulação do edital do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), que orienta a produção das obras, quanto na avaliação pedagógica dos livros que serão adquiridos e distribuídos pelo governo.

Aliados do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendem uma revisão do conteúdo dos materiais didáticos para combater o que classificam como “ideologização” de esquerda.

O cargo vinha sendo ocupado por Ana Paula Rodrigues, funcionária de carreira do FNDE cedida ao MEC e que foi exonerada na última quarta-feira (9). Ela havia sido nomeada para o cargo em maio de 2018, na gestão do ex-ministro da educação Rossieli Soares.

Duas pessoas ouvidas pela reportagem sob condição de anonimato informaram que ele se apresentou como professor e pediu para permanecer no local para “tomar pé” sobre o funcionamento do órgão.

Até a tarde de sexta-feira (11), Sebastião Vitalino não havia sido nomeado para nenhum cargo.

 

Fonte: Uol
Créditos: uol