O volume de serviços prestados no Brasil teve crescimento de 0,1% em outubro, na comparação com setembro, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com outubro de 2017, a alta foi de 1,5%.
Apesar do resultado positivo em outubro, o avanço não recuperou as perdas de setembro.
No ano, o setor passou a acumular queda de 0,2%. Já em 12 meses, o recuo passou de -0,3% em setembro, para -0,2% em outubro, o que indica que o setor segue em trajetória de recuperação, ainda que lenta.
“A gente está num cenário de taxas positivas. Na comparação interanual, esta foi a terceira taxa positiva seguida. Isso tem mostrado um ganho de ritmo comparativamente aos últimos anos. Dá um outro patamar de serviços neste finalzinho do ano”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Ele destacou que, embora o indicador ainda acumule perdas no ano e em 12 meses, tem mantido uma desaceleração constante. Na comparação interanual, foi o melhor outubro desde 2014, quando o setor havia avançado 2%.
Em termos de patamar, o setor de serviços se encontra 11,6% abaixo dos dois pontos mais altos já registrados pelo indicador ( janeiro e novembro de 2014). O mais baixo foi registrado em maio deste ano, diante da greve dos caminhoneiros, quando ficou 15% distante dos dois picos da série histórica.
Desempenho por atividades
Na comparação com setembro, 2 das 5 atividades pesquisadas registraram crescimento, com destaque para o ramo de outros serviços, que, ao avançar 5,5% em outubro, recuperou-se da perda de 3,9% verificada em setembro e alcançou a maior taxa desde maio de 2017. Já serviços de informação e comunicação (0,5%) avançaram pelo 2º mês consecutivo.
Segundo o IBGE, a principal pressão negativa em outubro foi dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,9%).
Veja o resultado de cada uma das atividades do setor:
Serviços prestados às famílias: -1%
Serviços de alojamento e alimentação: -1%
Outros serviços prestados às famílias: -0,9%
Serviços de informação e comunicação: 0,5%
Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC): 1,3%
Telecomunicações: 0,2%
Serviços de tecnologia da informação: 4%
Serviços audiovisuais: -8,8%
Serviços profissionais, administrativos e complementares: -1,9%
Serviços tecnico-profissionais: -3%
Serviços administrativos e complementares: -0,2%
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio:-0,2%
Transporte terrestre: -0,4%
Transporte aquaviário: 0,2%
Transporte aéreo: -2,1%
Armazenagem, serviços axiliares aos transportes e correio: -1,4%
Outros serviços: 5,5%
No acumulado do ano, as maiores queda são registradas pelos serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,7%) e os de informação e comunicação (-0,9%). Em contrapartida, as principais contribuições positivas para o índice são dos segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,4%) e de outros serviços (1,6%).
Desempenho por estados
Entre setembro e outubro (com ajuste sazonal), 11 das 27 unidades da federação tiveram expansão do volume de serviços. A estabilidade assinalada por São Paulo e Rio de Janeiro foram determinantes para a formação do índice nacional, já que representam, juntos, 57% do total do volume de serviços. Entre os principais destaques, Paraná registrou avanço de 2,4%, e Rio Grande do Sul alta de 1,7%. Já a Bahia (-2,8%) ofereceu a principal influência negativa.
Atividades turísticas têm queda de 0,9%
O índice de atividades turísticas registrou queda de 0,9% entre setembro e outubro, segunda taxa negativa seguida neste tipo de confronto. Em relação a outubro de 2017, o volume de atividades turísticas no país cresceu 5,4%, impulsionado, principalmente, pelo aumento de receita das empresas de transporte aéreo de passageiros, de hotéis, de locação de automóveis e de serviços de catering, bufê e outros serviços de comida preparada.
No acumulado no ano, o agregado especial de atividades turísticas registra crescimento de 1,8% frente a igual período de 2017, impulsionado, sobretudo pelo ramo de hotéis, de transporte aéreo de passageiros e de locação de automóveis.
Recuperação lenta e perspectivas
Com o desemprego ainda elevado, a economia brasileira tem mostrado um ritmo de recuperação ainda lento em 2018, com resultados mistos.
A pesquisa de serviços do IBGE encerra a bateria de indicadores conjunturais do organismo referentes a outubro, em geral decepcionantes, abaixo do esperado pelo mercado.
A indústria registrou alta de 0,2% em outubro. Já o setor e o varejo abriu o primeiro mês do 4º trimestre com queda de 0,4%.
A economia brasileira avançou 0,8% no 3º trimestre. Para o ano de 2018, a expectativa é de uma alta de 1,30% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo a mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central. Para o ano que vem, a projeção do mercado financeiro para expansão da economia permanece em 2,53%.
Fonte: G1
Créditos: G1