Numa troca de mensagens pelo WhatsApp, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) revelou à bancada do PSL que comanda uma articulação para evitar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ). à presidência da Câmara. Contou que age sob ordens do pai. Move-se em segredo para evitar retaliações. “Se eu botar a cara publicamente, o Maia pode acelerar as pautas bombas do futuro governo”, anotou o filho de Jair Bolsonaro.
O filho de Bolsonaro interveio na contenda para refutar insinuações de que estaria alheio à costura de acordos para a escolha do próximo comandante da Câmara. Indagou: “O PSL está fora das articulações? Estou fazendo o quê com o líder do PR agora?” Chama-se José Rocha (BA) o líder do PR. O partido cogita lançar a candidatura de Fernando Giacobo (PR) à presidência da Casa, contra Maia.
Em público, Jair Bolsonaro afirma que não pretende se meter na disputa pelas presidências da Câmara e do Senado. No seu surto de indiscrição, Eduardo Bolsonaro desmentiu o pai: “Ocorre que eu não preciso e nem posso ficar falando aos quatro cantos o que ando fazendo por ordem do presidente.”
Como que decidido a arrancar o veu diáfano que recobre os movimentos do governo de transição no Legislativo, Eduardo Bolsonaro revelou algo que muitos já suspeitavam. Futuro chefe da Casa Civil e correligionário do atual presidente da Câmara, o deputado Onyx Lorenzoni participa da tecelagem anti-Rodrigo Maia. “…Quem tem feito mais essa parte é o delegado Waldir no plenário e o Onyx via líderes partidários.”
Ao escancarar no WhatsApp algo que era sussurrado apenas no escurinho, Eduardo Bolsonaro conseguiu transformar uma rinha interna de sua bancada num processo de corrosão das relações do futuro governo com Maia, um personagem que, se for reeleito presidente da Câmara, estará inteiramente à vontade para realizar um mandato de conteúdo oposicionista.
Fonte: Uol
Créditos: Uol