Como alguém ousa dizer que combate a corrupção se só anda com corrupto? Essa frase abriu o duro discurso feito hoje (17), pelo deputado estadual Jeová Campos (PSB), durante sessão na ALPB. O parlamentar lembrou ainda que 99% dos líderes políticos dos partidos que apoiam a candidatura de Bolsonaro, apoiam o governo de Temer e boa parte deles estão envolvidos em escândalos de corrução. “É muita incoerência fazer um discurso de combate à corrupção quando se vira para todos os lados do palanque do 17 e só tem corruptos, olha para traz só tem os golpistas que apoiaram Michel Temer e olha para frente só tem Michel Temer”, destacou Jeová.
Outro ponto de crítica do parlamentar foi em relação as posturas inconsistentes do candidato. “Como é que um candidato a presidência dá declarações contra o Bolsa Família e agora afirma que é uma desumanidade acabar com o Bolsa Família. Há pouco tempo, ele dizia que não estuprava mulher feia, eu mulher tinha que ganhar menos e agora diz que não tem nenhum problema com mulher. Que na votação do impeachment de Dilma elogiou um torturador e nos dias atuais diz que é compromissado com os direitos humanos. Afinal de contas, nós estamos falando com quem?, questionou Jeová.
Outro ponto de críticas foi em relação à postura de Bolsonaro no que diz respeito as armas. “Eu me pergunto como é que se vai combater violência fomentando o estímulo ao armamento da população? Quem de nós não teria cometido um erro grave na vida se tivesse uma pistola na cintura em determinados momentos?”, disse Jeová que também criticou a ausência do candidato nos debates. “Eu não posso entender que alguém que queira ajudar a democracia, fortalecer as instituições, ajudar o Brasil a encontrar um novo caminho se negue a ir a um debate político. Como vamos saber efetivamente o que pensa esse candidato dada as suas constantes contradições, se ele diz uma coisa numa semana e na outra diz outra completamente distinta”, frisou o deputado.
Jeová levantou ainda algumas questões que, segundo ele, precisam ser esclarecidas para o eleitorado. “Precisamos saber dele como ele vai gerar empregos neste país que precisa de 20 milhões de empregos. Como vai se dar a reorganização do estado nacional, como ficará a Petrobras, será privatizada? E as nossas riquezas, serão entregues de bandeja ao capital estrangeiro? Como vai se dar a relação com o Poder Judiciário? Ele vai mudar seu posicionamento como presidente em relação ao congelamento de 20 anos nos investimentos na saúde e educação que foram aprovados com o voto dele na condição de deputado federal?”, questionou Jeová.
Ainda segundo o parlamentar, a questão sobre não respeitar a listra tríplice para indicação do Procurador Geral da República, o preocupa demasiadamente. “Bolsonaro já disse que não vai respeitar a listra tríplice para indicação do Procurador Geral da República. E o que significa isso? Significa não respeitar a vontade soberana das instituições. Todos os presidentes, desde Fernando Henrique, sempre escolheram dentro da lista tríplice. Bolsonaro disse que não agirá assim e ai eu pergunto: Como vai se respeitar a democracia desta forma já que a Procuradoria é uma das instituições mais importantes da República”, reforçou o parlamentar, que também é advogado.
Segundo Jeová essa afirmação de Bolsonaro significa uma intervenção direta na instituição, que comprometerá indubitavelmente os inquéritos que serão tocados de acordo com o interesse do Presidente da República e não da Nação. “Eu sinceramente não posso deixar de mostrar minha inquietação e meu constrangimento, porque isso significa uma insensatez, uma insanidade, aliás, isso é tudo o que significa essa candidatura. Espero que o povo acorde deste transe e consiga enxergar o que está por trás desta candidatura que eu diria até que é de um lobo vestido em pelo de cordeiro”, finalizou Jeová.
Fonte: Assessoria
Créditos: Assessoria