SÃO PAULO E RIO – Na estreia da propaganda eleitoral de 2º turno na TV, na tarde desta sexta-feira, as campanhas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddadseguiram o tom dos programas do rádio pela manhã . No caso do petista, houve apenas uma diferença: enquanto no da rádio, a campanha de Haddad ignorou Lula, no da televisão mostrou o o ex-presidente, ainda que rapidamente.
A campanha de Bolsonaro manteve o foco no medo do comunismo. A propaganda inicia relacionando um discurso de Lula, no qual o ex-presidente apoia o Foro de São Paulo (encontro de movimentos de esquerda da América Latina) e diz que um dia os governos de esquerda da região “chegarão ao poder”.
O programa também também relaciona Haddad ao ex-presidente Lula. Em um dos trechos, um eleitor afirma que seu rival, Fernando Haddad (PT), será apenas “um bonequinho e o Lula vai ser o cabeça de tudo”.
A peça faz ainda referência ao ataque a faca sofrido por Bolsonaro, antes de apresentar a biografia do candidato. Ao falar dos filhos, o candidato fala de sua filha, Laura. “A realização de grande parte das mulheres é ter filho. Então, eu desfiz a vasectomia”, diz ao soltar em seguida uma risada alta ao ouvir “te amo”, da filha. E pergunta: e o meu beijo como é que fica?!”. O programa é encerrrado com seu pedido de voto. “Vamos eleger um presidente que vai fazer a nação crescer, pois precisamos de políticos honestos e patriotas”.
https://www.youtube.com/watch?v=oEuz6ehxojc
Já Haddad relaciona os crimes de ódio registrados no país nas últimas semanas a Jair Bolsonaro (PSL). Figura constante no primeiro turno, o ex-presidente Lula tem uma rápida aparição, de pouco mais de dez segundos.
No início, é exibida a morte do mestre de capoeira Moa do Katendê, atacado após uma discussão política na madrugada de segunda-feira, em Salvador. O capoeirista foi morto com 12 facadas por um homem que se diz apoiador de Bolsonaro.
Uma personagem associa a facada sofrida pelo presidenciável do PSL com as suas declarações.
– Ele mesmo fica excitando a violência, ele mesmo sofreu com a violência – diz.
Também é abordado o caso da jovem marcada com uma suástica (símbolo do nazismo), que está sob investigação, dando a entender que teriam sido feitos por apoiadores de Bolsonaro, além dos ataques contra uma placa em memória da vereadora do PSOL Marielle Franco, que foi morta, a tiros, na região central do Rio em março.
Durante o programa, são apresentados ainda o vídeo em que Bolsonaro defende “fuzilar a petralhada” e imagens do candidato do PSL ensinando uma criança, em seu colo, a fazer o símbolo de uma arma com as mãos.
– Este é o Brasil de Bolsonaro. Se a violência já chegou nesse nível, imagine se ele fosse presidente – afirma a apresentadora.
Em seguida, o programa cita a biografia do petista, destacando que além de ser formado em direito e mestre em economia, ele “também toca guitarra”. O candidato afirma que “graças a Deus e a você” chegou ao segundo turno.
Lula aparece em um rápido discurso em que elogia a passagem de Haddad pelo Ministério da Educação.
Na parte final, são apresentados programas que o petista pretende implantar, como o “Meu emprego de Novo” e a “retomada do salário mínimo forte”.
Propostas para governar o Brasil só apareceram na fala do petista e foram ignoradas na de Bolsonaro.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo