intervenção no RJ interfere

Nem Meirelles acha possível aprovar reforma da Previdência ainda em 2018, após eleição

Presidenciável havia feito a proposta quando ainda era ministro da Fazenda

Mesmo tendo sido um dos primeiros a lançar a ideia de aprovar a reforma da Previdência neste ano, após as eleições, o presidenciável Henrique Meirelles diz que isso não é mais possível.

A proposta, feita quando ainda era ministro da Fazenda, dependeria, é claro, de quem se eleger em outubro, se estaria disposto a aproveitar o projeto no Congresso e enfrentar o problema da Previdência, mas há outro obstáculo.

Pela legislação, a intervenção federal em curso no Rio de Janeiro inviabiliza a reforma a partir de novembro.

“Depende de quem ganhará o pleito no Rio e se ele estará disposto a suspender a intervenção no estado”, afirma o ex-ministro da Fazenda.

Quando existe intervenção em um estado, não se pode alterar a Constituição.

“O Rio tem uma intervenção até o final deste ano. É complexo, quem pediu para intervir foi o governador, o [Luiz Fernando] Pezão”, diz.

“Teria de ser solicitada a interrupção pelo governador, o que torna a reforma antes do final deste ano pouco provável. Se eu for eleito, será prioridade absoluta a aprovação no início do governo.”

A proposta de emenda constitucional para mudar a Previdência, que foi aprovada em comissões, tem de passar duas vezes na Câmara e no Senado para entrar em vigor.

O ministro Eduardo Guardia (Fazenda) e o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, se reuniram com assessores de candidatos para apresentar dados e mostrar as principais decisões a serem tomadas pelo novo governo.

Para eles, sem reforma o ajuste fiscal não será possível, empurrará o país para um alto risco, e seria um ganho para qualquer eleito começar a governar com a reforma aprovada.

 Henrique Meirelles, candidato à presidência pelo MBD
Henrique Meirelles, candidato à presidência pelo MBD – Lucas Lima/UOL

Fluxo na aviação regional cresce 6% em São Paulo até agosto

O fluxo de passageiros em aeroportos regionais paulistas subiu 6% no acumulado de janeiro a agosto deste ano, segundo o Daesp (departamento do estado) e a Voa-SP (concessionária responsável por cinco terminais).

Mesmo com eventos desfavoráveis como a alta do dólar, a demanda continuou crescente, diz Daniel Tkacz, diretor da Azul Linhas Aéreas.

“Continuamos com uma estratégia de expansão para o interior do país, que não vai ficar eternamente na situação dolorosa atual. O mercado vai crescer e o acesso nas cidades menores também.”

A empresa planeja operar em 35 novas bases até 2023 —essa entrada poderia ocorrer mais rápido se o investimento nos terminais fosse mais acelerado, diz Tkacz.

A aviação executiva fora da capital também tem evoluído, em parte por causa dos bons resultados recentes do agronegócio, segundo Rui Aquino, presidente da Two Flex, de táxi aéreo.

“Há outro fator que é o  momento político. Apesar de ser algo sazonal, temos uma variação positiva na demanda regional por causa das eleições”, diz Philipe Figueiredo, diretor da Líder Aviação.

Embalagem multinacional

A fabricante de embalagens de papel Smurfit Kappa vai investir US$ 25 milhões (R$ 101,3 milhões no câmbio atual) no ano que vem em suas quatro fábricas no país.

O aporte visa a aumentar a capacidade de produção da companhia, que tem operação no Brasil desde 2015.

“O montante será usado na compra de maquinário e na adoção de tecnologias para melhorar qualidade e velocidade de produção de papel”, diz Manuel Alcalá, presidente da empresa.

A maior parte dos produtos feitos aqui é destinada ao mercado local, segundo ele.

A marca tem fábricas em Fortaleza (CE), Bento Gonçalves (RS), Pirapitinga (MG) e Uberaba (MG).

Neste ano, os aportes da multinacional, que está sediada na Irlanda, são de US$ 15 milhões (cerca de R$ 60,7 milhões), aplicados majoritariamente em máquinas.

“Parte dos recursos vai para um centro, em São Paulo, que apresenta a clientes tecnologias para redução de custos logísticos”, diz o executivo. O local será inaugurado no fim deste mês.

US$ 2 bilhões
(R$ 8,1 bi) é a receita anual com vendas no mundo

35
são os países onde opera

1.700
é o número de funcionários no Brasil

Pequena cautela

A intenção de investimentos das micro e pequenas empresas teve em agosto o pior resultado desde a paralisação dos caminhoneiros, segundo o SPC Brasil.

O índice caiu 1,7 pontos e atingiu 39,3, em uma escala que vai de zero a 100. Cerca de 33% dos entrevistados pretendem realizar aportes nos próximos três meses.

“A expectativa é que essa parcela suba em outubro, quando os empresários se preparam para as vendas de fim de ano”, diz Flávio Borges, superintendente do birô.

O levantamento teve como base 800 empreendimentos com até 49 funcionários em todos os estados do país.

Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Maria Cristina Frias