A Justiça da Paraíba acatou nesta terça-feira a denúncia oferecida pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e tornou réus os presidentes do Botafogo-PB, Zezinho Botafogo, e do Campinense, William Simões, além dos dirigentes botafoguenses Breno Morais, Guilherme Novinho, Francisco Sales e Alexandre Cavalcanti. Eles são acusados de fazerem parte de uma de uma suposta Organização Criminosa que manipulava resultados no futebol do estado. A decisão, assinada pela juíza da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, Andréa Galdino, também determinou que os dirigentes sejam afastados dos seus cargos nos clubes. O ex-presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB), José Renato, e o árbitro auxiliar do quadro da Federação Paraiabana de Futebol (FPF), Tarcisio José, também viraram réus na ação por integrarem o esquema.
Na semana passada, o MPPB denunciou os dirigentes dos dois times paraibanos. De acordo com a denúncia, Zezinho Botafogo e William Simões atuaram diretamente para fraudar sorteios de arbitragem e manipular jogos do Campeonato Paraibano deste ano.
As medidas judiciais são consequências da Operação Cartola, deflagrada no dia 9 de abril, um dia depois da final do Campeonato Paraibano, que consagrou o Botafogo-PB como campeão estadual. O MPPB e a Polícia Civil comandaram as investigações e identificaram o que chamam de uma Organização Criminosa que se estruturou para manipular resultados no Campeonato Paraibano.
Botafogo-PB e Campinense foram os finalistas do torneio e dirigentes dos dois clubes são investigados por supostamente terem tentado corromper o árbitro do primeiro jogo da final da competição, o alagoano Francisco Carlos do Nascimento.
O mandatário do Belo também é acusado de, ao lado do vice-presidente do clube, Guilherme Novinho, do vice-presidente Jurídico, Alexandre Cavalcanti, e do diretor executivo de futebol, Francisco Sales, ter articulado a produção de um Boletim de Ocorrência falso, a fim de futuramente beneficiar o Botafogo-PB em uma eventual denúncia na esfera desportiva, por conta do arremesso de objetos no campo do Estádio Almeidão em um jogo do estadual contra o CSP. Eles, portanto, foram denunciados por falsidade ideológica e por integrarem supostamente uma Organização Criminosa.
De acordo com a decisão judicial de primeira instância, a juíza Andréa Galdino justifica o afastamento dos dirigentes por entender que “há fortes indícios da prática dos fatos narrados da denúncia, com a participação direta dos denunciados, dirigentes e funcionários da agremiação, cuja manutenção destes na função que ora exercem representam manifesto risco, não só ao clube, mas ao futebol da Paraíba…”.
Além do afastamento, a juíza determinou que os agora réus cumpram algumas medidas cautelares. Os denunciados precisam comparecer ao cartório judicial da vara uma vez por mês, não podem sair do estado sem autorização judicial e têm a obrigação de ficarem recolhidos em suas residências todos os dias das 21h às 5h – salvo em casos de trabalharem comprovadamente neste período do dia. Eles também estão proibidos de ter acesso a entidades e eventos desportivos, de entrarem em contato com testemunhas e investigados nesse caso, além de terem que entregar à Justiça seus passaportes.
Tarcíso José, Breno Morais e José Renato, também acusados de fazerem parte da Organização Criminosa nesta ação, já cumprem essas mesmas medidas cautelares e já são réus de outra denúncia do MPPB sobre o caso. Todos os denunciados agora têm dez dias para para enviar suas defesas por escrito ao juízo.
Fonte: GE PB
Créditos: GE PB