Dois médicos paraibanos foram procurados pelo ParlamentoPB para explicar uma dúvida da maioria dos brasileiros: por que o ferimento provocado por uma facada no abdômen do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) não apresentou sangramento? Esse argumento levou à criação de muitas fake news e um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas nas 16 primeiras horas a partir do crime mostrou que o atentado foi mencionado 3,2 milhões de vezes no Twitter nas primeiras 16 horas depois do crime, mas que 40,5% das interações duvidavam da veracidade da agressão, descrita pelos usuários da rede social como “fake facada” ou o candidato como o “es-fake-ado”.
Para o anestesista André Pacelli e para o cirurgião geral Eduardo Sérgio Sousa, apesar da ausência de sangramento exterior, o ferimento foi real e grave.
Pacelli lembrou de ter encontrado vários casos parecidos quando atuou como plantonista no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. “A faca tem uma capacidade de ser perfuro-cortante e muitas vezes a pele e a gordura que fica na parte superficial é pouco vascularizada e você quase nem observa o sangramento. Mas, o sangramento foi na cavidade abdominal. No caso demonstrado de Bolsonaro, houve a lesão da veia mesentérica e esses sangramento são vultosos e muitas vezes o paciente, se não atendido de forma repentina, pode ir a óbito antes de chegar ao hospital”. O especialista ressaltou que o candidato foi muito bem atendido em Juiz de Fora e, por isso, não teve um quadro mais grave ou mesmo a morte.
Confira a explicação completa de André Pacelli nos áudios abaixo:
Eduardo Sérgio citou todos os fatores que comprovam a existência do ferimento e sua gravidade:
1. Houve uma lesão de entrada;
2. O ferimento de entrada (pele) pode não sangrar no primeiro momento;
3. Porém, ocasionou varias lesões dentro do abdômen;
4. A arma branca (faca) lesionou/cortou várias estruturas internas;
5. Três lesões importantes: Primeira, lesão da veia do mesentério. Produziu grande sangramento, levando a grande perda de sangue para dentro do abdômen. E foi necessária a reposição de 2 litros de sangue!
Segundo ferimento do intestino delgado, estas lesões foram suturaras/costuradas!
A terceira lesão, transfixou o intestino grosso. Muito extensa e grave: fezes na cavidade abdominal em grande quantidade. Muita contaminação! Alto risco de infecção grave.
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6. Foi necessário ressecar parte de área do intestino;
7. Foi necessário fazer a colostomia;
8. Ele ficará varias dias sem alimentação alguma para que as suturas/costuras não abram.
9. As fezes, até a nova cirurgia, irão sair pelo orifícios feitos na parede abdominal.
10. A cirurgia, como um todo, foi de grande porte com risco de morte devido ao grande sangramento que foi debelado/ parado; devido às múltiplas lesões; e por último, a lesão que contaminou internamente todo o abdome com fezes.
Também foram divulgadas fotos de um candidato sorridente, posando para fotos abraçado com a equipe do hospital. Os registros seriam “provas” de que Bolsonaro estaria fingindo ter sido vítima de uma facada. O site Boatos.org, contudo, esclareceu que as fotos haviam sido tiradas na manhã do dia 6, ou seja, horas antes do crime, quando ele visitou o Hospital do Câncer de Juiz de Fora usando a mesma camiseta com a qual iria à caminhada na qual seria ferido.
Fonte: ParlamentoPB
Créditos: ParlamentoPB