Diferenças metodológicas podem explicar a disparidade entre os números das pesquisas Ibope e Datavox, divulgadas na última semana, na Paraíba, de acordo com o professor de Direito Eleitoral e cientista político, Renato César Carneiro. Os números apresentados nos dois levantamentos levantaram dúvidas entre os eleitores, que passaram a comentar o assunto nas redes sociais.
A escolha dos municípios onde as pesquisas foram submetidas, além do custo da pesquisa Datavox, de R$ 10 mil, considerada de baixo custo em relação às demais, podem ser algumas das razões que levaram às divergências em ambos os resultados. ‘Esse é um ingrediente novo nas pesquisas da Paraíba e, independente desse fator econômico, sabe-se que nas pesquisas se escolhem os municípios onde ela vai ser feita, e a metodologia, então tem pesquisa para todos os gostos”, explicou Renato.
O resultado da pesquisa Datavox contesta os números do Ibope e isso é ‘estranho’, além de colocar o eleitor em dúvida, de acordo com Renato César. Apesar dessas desconfianças, no entanto, ‘existe possibilidade de que ambas sejam verdadeiras desde que os locais escolhidos e as metodologias utilizadas tenham sido diferentes’, explica.
A dúvida sobre qual pesquisa está correta só será sanada quando o Ibope divulgar a próxima pesquisa eleitoral, na visão do professor. Ele disse que, apesar de o instituto ter se equivocado em seus números em algumas ocasiões, as pesquisas mais recentes publicados pela empresa acertaram os resultados das eleições. ‘O resultado poderá mostrar uma estabilização’, disse.
Renato César acredita que a vantagem de Maranhão pode ser explicada porque ele é o único candidato a não ter associação com as máquinas públicas do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de João Pessoa, e que isso pode pesar na escolha do eleitor. Com base nos levantamentos publicados, Renato acredita que o candidato do MDB estará no segundo turno.
‘O desempenho dos candidatos está muito aquém do esperado, e Maranhão está se beneficiando disso porque é um nome mais conhecido. O eleitor talvez esteja pensando em votar, no contexto histórico, no menos pior. Um candidato está associado à prefeitura, o outro está ligado ao Governo do Estado. Então arrisco Maranhão no segundo turno, agora o outro candidato só saberemos depois’, pontuou.
O cientista político José Artigas ressalta que, como as metodologias das últimas pesquisas foram distintas, bem como seus resultados, somente pesquisas realizadas dentro de um mesmo parâmetro, que poderão ser divulgadas durante a exibição da propaganda gratuita no rádio e na TV, terão chances de clarear o cenário político.
‘As duas pesquisas divulgadas recentemente mais confundem do que explicam. O desvio brutal que se percebeu nos resultados parece fruto de questões metodológicas. Essas pesquisas não servirão para qualquer tipo de análise, pois não têm termos de comparação. Precisaremos de pelo menos mais um levantamento de cada instituto para que tenhamos algum termo de comparação’, destacou Artigas.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba