Em um pronunciamento de cerca de quinze minutos a empresários do setor do aço na manhã desta terça-feira, o presidente Michel Temer voltou a elogiar medidas econômicas implementadas em seu governo e se esquivou de temas polêmicos, como as eleições presidenciais ou a crise migratória na fronteira entre Brasil e Venezuela.
Em seu discurso, ele citou, entre outros pontos, a redução dos juros e da inflação, a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) e duas reformas, a do teto de gastos e a trabalhista, e saiu do evento sem falar com a imprensa. Ao comentar a reforma trabalhista, o presidente afirmou que não foi “algo que surgiu de cima para baixo”, mas a partir do envolvimento das partes interessadas, como sindicatos e federações de indústria. A falta de diálogo na construção da reforma é uma das críticas do presidenciável Ciro Gomes (PDT), por exemplo.
— Há muito tempo se falava em modernização trabalhista e nós conseguimos levá-la adiante nesse governo. E levamos mediante uma das palavras que é condutora da nossa atividade governamental: o diálogo — disse.
Ainda ao falar sobre o mercado de trabalho, Temer disse que seu governo “paralisou a queda do desemprego”, e citou a criação de 600 mil postos de carteiras assinadas, além da abertura de 2 milhões de vagas. Ignorou, no entanto, o contingente preocupante de 13 milhões de desempregados e de 37 milhões na informalidade, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês passado.
Sobre o teto de gastos, explicou que o governo partiu da premissa “trivialíssima” de que ninguém pode gastar mais do que ganha. Citou a redução de um déficit “extraordinário” de R$ 179 bilhões, quando assumiu o governo, para R$ 159 bilhões. Afirmou que o rombo era pautado principalmente pela Previdência Social, sem mencionar, no entanto, a tentativa frustrada de seu governo de tentar reformar o sistema de aposentadorias e pensões.
— Fizemos algo responsável, ou seja, propusemos uma emenda à Constituição que prevê um prazo mínimo de 10 anos para a revisão do teto Constitucional — disse, acrescentando que, em “breve tempo”, aquilo que o país arrecada será equivalente ao gasto.
A parte final da fala de Temer foi dedicada a afagar o setor siderúrgico. O presidente citou a resiliência em meio à crise, e afirmou que a recuperação do setor veio para ficar e já se manifesta na alta da produção, nas vendas ao mercado interno e também nas exportações.
— A indústria siderúrgica brasileira demonstrou resistência durante a pior crise que o Brasil já passou, sua força durante o período de recuperação que atravessamos, e vai demonstrar cada vez mais seu vigor nesse novo ciclo de prosperidade inaugurada no país — disse.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo