Morreu na noite deste domingo, em São Paulo, aos 72 anos, o jornalista Claudio Abramo. Ele era bacharel em Matemática pela USP e mestre em Filosofia da Ciência pela Unicamp, no entanto, foi ao jornalismo e à luta pela transparência pública que dedicou sua vida. Filho do jornalista Claudio Abramo, ex-diretor dos jornais “O Estado de S.Paulo” e “Folha de S.Paulo”, e de Hilde Weber, primeira mulher chargista no Brasil.
Abramo era vice-presidente do Conselho Deliberativo da ONG Transparência Brasil. Ele foi fundador e diretor-executivo da entidade por quase 15 anos (2001-2015). Pioneiro no trabalho de dados abertos e transparência, teve papel importante na construção do que anos depois veio a ser a Lei de Acesso à Informação. Também envolveu-se em projetos de bancos de dados de informações públicas como o Às Claras, Excelências e Meretíssimos.
Quando deixou a entidade, a Transparência Brasil disse que o “nome de Claudio Abramo se confundia com a sua história” .
Ele também foi editor de economia da “Folha de S.Paulo” e editor-executivo da “Gazeta Mercantil”.
Seu trabalho mais recente foi a criação da ONG Dados.org, que também trabalhava com transparência e dados do setor público.
Claudio Abramo sofria de câncer e estava internado no Hospital Samaritano. Deixa quatro filhos, seis netos, a mulher e uma enteada.
— Perdemos um batalhador pelas melhores causas e um amigo do bom jornalismo — disse Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Fonte: O Globo
Créditos: MAIR PENA NETO