renovação na Política

Eleição para o Senado no Nordeste tende a apresentar maior renovação que na Câmara Federal

O Nordeste tem 27 senadores, nessa eleição estarão em disputa 18 vagas. Dessas vagas já é certo que 8 não serão candidatos à reeleição

Os analistas e cientistas políticos estão unânimes em dizer que as eleições de outubro de 2018 não deverão gerar muitas surpresas e haverá uma baixa renovação, aquém da média história de 45%, no Congresso Nacional. A avaliação deve se voltar exclusivamente à Câmara dos Deputados. No Senado, que irá renovar 2/3 de sua representação de 81 membros existe uma tendência, ao menos no Nordeste, de uma renovação como há muito não se via.

O Nordeste tem 27 senadores, nessa eleição estarão em disputa 18 vagas. Dessas vagas já é certo que 8 não serão candidatos à reeleição(João Alberto, Regina Sousa, José Pimentel, José Agripino, Armando Monteiro Neto, Raimundo Lira, Lídice da Mata e Walter Pinheiro). Além desses, os senadores José Maranhão(MDB-PB), Eduardo Amorim(PSDB-SE) e Fátima Bezerra(PT-RN) são favoritos nas disputas aos governos dos Estados da Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte, respectivamente.  A bancada de senadores nordestinos, a mais influente no Senado e que vem comandando a Presidência da Casa e do Congresso Nacional há mais de 20 anos, com breve interrupções, poderá ter ao menos 11 caras novas de toda a sua representação de 27 senadores.  Alguns senadores estarão disputando eleições estaduais. Esse número poderá aumentar, pois alguns senadores que buscam a reeleição, como Ciro Nogueira(PP-PI), Humberto Costa(PT-PI) e Cássio Cunha Lima(PSDB-PB) – deverão enfrentar grandes dificuldades para retornar ao mandato. A conta pode chegar até a mais de 14 novos senadores nordestinos estreando em fevereiro de 2019.

NOVIDADES

O presidente nacional do Progressista, Ciro Nogueira não lidera as pesquisas no Piauí. As novidades na disputa começam nesse estado.

O cantor Frank Aguiar(PRB), que já foi deputado federal por São Paulo e vice-prefeito de São Bernardo do Campo(SP), foi oficializado candidato ao Senado na chapa do deputado estadual Dr. Pessoa(SD) que é considerado um verdadeiro outsider na política piauiense e vai fazer frente a mais uma reeleição do governador Wellington Dias(PT), aliado de Ciro Nogueira.

Quem acompanha a imprensa do Piauí sabe que se especulava muito que o Centrão, do qual Ciro Nogueira é um dos expoentes – iria articular, nacionalmente, para tirar Frank Aguiar da disputa ao Senado, ele é filiado ao PRB.  Nesse sábado, 4, Aguiar falou sobre sua candidatura, que já foi homologada.

“Podem mandar pancada e me chamar do que quiser. Eu sou um trabalhador honesto. Eu sofri para chegar aqui. Eu vou dar o meu sangue pela minha terra. Eu podia ficar no conforto fazendo show e ganhando dinheiro muito bem. Mas eu estou com saudades dos meus filhos que estão estudando”, afirmou Frank ao expressar o desejo de volta a sua terra natal. “Chegar aqui é a realização de mais um sonho. Não foi fácil”, disse.

No Rio Grande do Norte, o Capitão Styvenson(REDE) está em segundo lugar nas pesquisas ao Senado, a última divulgada foi da Certus/FIERN.  Ele está praticamente empatado com o veretano Garibaldi Alves Filho(MDB-RN), ex-presidente do Congresso Nacional.

A candidatura de Styvenson  foi homologada na noite dessa sexta-feira ,3, em Natal. Em seu discurso, ele falou sobre independência e liberdade.

“Consegui a independência e a liberdade que eu queria para restabelecer a confiança nos eleitores em quem pode representá-los no Senado Federal”, disse

O porta-voz da REDE no RN, Freitas Júnior, disse que a candidatura do Capitão Styvenson engrandece o partido e reforçou o compromisso da legenda em assegurar liberdade ao candidato.

“Respeitamos a sua independência e, por isso mesmo, abrimos as portas para ele”, disse Freitas.

O Capitão Styvenson e a Rede Sustentabilidade assinaram um termo de compromisso político partidário, no qual é assegurado ao candidato uma “candidatura cidadã independente”, com liberdade quanto aos seus posicionamentos e entendimentos.

Capitao Styvenson ingressou na Polícia Militar em 2003, atuando em Natal e no interior do Estado. No ano de 2009, entrou para o Comando de Polícia Rodoviária Estadual (CPRE). Entre os anos de 2012 e 2016, ele ficou conhecido pelo rigor e eficiência na coordenação da Operação Lei Seca. Mais recentemente, ele atuou na Zona Oeste, mais especificamente em áreas de comunidade. O candidato é casado e tem três filhos.

Na disputa nordestina, há também políticos profissionais que prometem pautas pouco comuns entre os senadores nordestinos. É o caso do deputado Luiz Couto(PT-PB), o “Padre Luiz Couto” como é conhecido esse congressista eleito para a Câmara Federal desde 2003, é o presidente da Comissão de Direitos Humanos(CDH), foi relator da polêmica “CPI dos Extermínio”, que caminhou para pedir indiciamento de congressistas.  Couto foi confirmado candidato ao Senado e promete gerar muitas dificuldades para a reeleição do senador Cássio Cunha Lima(PSDB-PB), vice presidente do Senado Federal e ex-líder do PSDB no Senado. Filho de um ex-senador e governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima, uma personalidade marcante da política e cultura paraibana. Couto tem apoio do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho(PSB-PB) que não quis ser candidato ao Senado “em nome do projeto.”

Luiz Couto não é um outsider, foi da tendência petista “Construindo um Novo Brasil(CNB)” que substituiu o chamado “Campo Majoritário” e há 4 anos migrou para mais emergente tendência petista, a “Mensagem ao Partido” que deixou de fustigar o comando petista desde a condenação do ex-presidente Lula.

Há oito anos, a bancada nordestina no Senado elegeu um grande nome de deputados federais. Agora, a tendência é outra, veteranos saem de cena. A onda de mudanças não deve chegar na Câmara Federal, mas no Senado há perspectivas de mudança, sim.

 

 

Fonte: Política Real
Créditos: Política Real