Paulo Santos

“Nada está tão ruim que não possa piorar”. Essa é uma lei de Murph que, aqui ou acolá, se aplica na política. É raro que um processo nasça errado termine bem. Parece inevitável, inexorável, que os problemas cresçam como uma “bola de neve”.

Qualquer análise do processo político de João Pessoa, sobretudo depois da diáspora dos integrantes do falecido Coletivo Ricardo Coutinho, deve esbarrar sempre nas dificuldades de observação da esquizofrenia que tomou conta de alguns segmentos.

O ódio armazenado nas fortalezas das duas facções do PSB surgidas em função da crise ainda não começou a jorrar. Tudo indica que todos estão aguardando o embate final para a época das convenções, não apenas do Partido Socialista Brasileiro, mas também do PDT, do PC do B e outros.

Se o dia da convenção é a data-limite para o arremate dessa crise, então será um mês de julho inesquecível. Os ânimos exaltados, por enquanto arrefecidos, deverão estar exacerbados num futuro próximo porque há, apenas, o represamento das emoções.

Nessa crise o silêncio não é de inocentes nem de culpados. O volume dos poderes acumulados desde as eleições de 2004 chegando a 2010 – primeiro o municipal seguido do estadual – não deve ter sido bem partilhado e culminou nessa luta entre companheiros.

Por trás dessa calmaria há sintomas de que as artilharias estão sendo recarregadas. E o lance maior, na trincheira da sucessão municipal, poderá ser o do prefeito Luciano Agra que, após o período junino, pode brindar o distinto público com seu rompimento com o governador Ricardo Coutinho, seu pedido de desfiliação do PSB e o anúncio de apoio à candidatura de Nonato Bandeira (PPS).

DISTÂNCIA

Vai ficando cada vez maior a distância entre os salários da magistratura em relação aos mortais comuns. O projeto que prevê R$ 30 mil mensais para ministros do STF vai provocar um efeito cascata de proporções inimagináveis. Não é nenhuma fortuna, mas comparando com o salário mínimo…

VICE-REI

Pelo andar da carruagem o deputado José Aldemir Meireles (DEM) está trabalhando para ser vice-rei do Sertão. Crê que uma aliança de 12 partidos – incluindo PSDB, PSB, PR, PP, PDT, PHS e PMN – vai eleger Carlos Antônio (DEM) em Cajazeiras.

VICE-REI (2)

O otimismo de Zé Aldemir ultrapassa – e muito – os limites de Cajazeiras, Com aliados até do PT quer fazer prefeitos e prefetas em São José de Piranhas, Bonito de Santa Fé, São João do Rio do Peixe, Santa Helena, Triunfo, Poço José de Moura, Joça Claudino e Bernardino Batista, entre outros.

PROFESSORES

Há quem imagine que o confronto entre Governo e professores, na Assembleia Legislativa, poderá ser igual àquela que envolveu o Fisco, há poucos meses. As entidades dos docentes garantem que estão se mobilizando. O desfecho, porém, pode ser outro.

REPOSIÇÃO

Deve estar desembarcando na Assembleia – se ainda não desembarcou – um pedido de remanejamento de verbas orçamentárias para que o Governo reponha o cofre da Comunicação nos eixos. Após promulgação das emendas ao Orçamento 2012, na semana passada, as verbas da Secom diminuíram em cerca de R$ 4 milhões, repassadas para outras rubricas.

JOSÉ NILSON

A deputada Gilma Germano merece parabéns por sugerir o nome do falecido empresário José Nilson Crispim para uma rodovia que será inaugurada, neste fim de semana, em sua região, Zé Nilson foi uma figura que, como grande empresário, sempre se comportou como um mortal comum.

SEM SURPRESA

O pré-candidato a prefeito de João Pessoa pelo PMDB, José Maranhão, diz que foi surpreendido com a ida do advogado Marcelo Weick para o bunker de Estelizabel Bezerra (PSB). Não foi. Antes de assinar contrato com a pré-candidata socialista, Weick foi ao ex-Governador, comunicou-lhe do convite e ouviu de Maranhão a comunicação de que seus honorários eram altos. Desobrigado, Weick deu “sim” aos adversários do peemedebista.

DURO

Há um rastilho de pólvora aceso ligando o jornalista Nonato Bandeira e sua substituta na Secom do Estado, Tatiana Domiciano. Chegaram aos ouvidos do ex-secretário informações de que estaria em marcha uma devassa quando ocupou o cargo na Secretaria de Comunicação. Pelo menos a um interlocutor Nonato disse que também tem munição para gastar. E o clima pode azedar ainda mais com um pedido de informações do deputado Janduhy Carneiro (PPS) sobre os gastos da Secom entre janeiro/2011 e março/2012.

PERGUNTAR NÃO OFENDE

Na moeda política, quem vale mais: professor ou agente fiscal? Cartas para a Assembleia Legislativa.