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Em seu primeiro discurso como candidato Alckmin ataca Bolsonaro e Lula, 'herança de radicalismo'

O PSDB oficializou a candidatura de Geraldo Alckmin para a Presidência da República nas eleições 2018 neste sábado, 4, na Convenção Nacional do partido, em Brasília.

O PSDB oficializou a candidatura de Geraldo Alckmin para a Presidência da República nas eleições 2018 neste sábado, 4, na Convenção Nacional do partido, em Brasília. Dos 290 delegados do partido que votaram, 288 foram a favor da indicação do tucano para concorrer ao Planalto em outubro. Houve uma abstenção e um voto contrário. A convenção aprovou também a coligação com todos os partidos (PP, DEM, PR, Solidariedade, PRB, PSD, PTB e PPS) e a candidata a vice-presidente, senadora Ana Amélia (PP-RS). O PSDB não divulgou de quem foi o voto contrário e a abstenção.

Durante o evento, Alckmin fez um discurso repleto de críticas indiretas ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Os petistas, com quem os tucanos polarizaram a disputa política nos últimos anos, também foram alvo de críticas de Alckmin por sua “herança de radicalismo”.

“Ainda hoje na América Latina, vemos degenerar regimes conduzidos por quem promete dar murro na mesa, dizendo que faz e acontece, que pode governar sozinho, ou acompanhado apenas por um grupo de fanáticos”, disse. “Gente assim quer é ditadura. Ditadura que logo degenera em anarquia. Precisamos da ordem democrática, que dialoga, que não exclui, que tolera as diferenças”, disse o tucano.

Ainda que não tenha sido direto nas sua citações, é parte da estratégia da campanha tucana mirar em Bolsonaro. Isso porque, na avaliação dos estrategistas do partido, o PT não deve cumprir o papel de desconstruir o candidato do PSL. Caberá ao próprio Alckmin este trabalho.

Sobre o PT, Alckmin procurou relacionar de forma irônica o número do partido nas urnas, o 13, com os dados do IBGE sobre pessoas desempregadas atualmente no País. “Vamos mudar o Brasil, mas não com bravatas, com tumulto. 13 é o número do partido que esteve lá. Temos 13 milhões de desempregados”, disse. “Radicalismo e bravatas sintetizam a herança trágica que os petistas nos deixaram”, complementou.

Apesar das críticas às candidaturas concorrentes, Alckmin também alternou o discurso se colocando contra a “divisão do País” e disse ter condições de “unir o Brasil”. “Um país dividido não multiplica felicidade. Quero, em nome de todos, empunhar essa chama chamada esperança, que ficou guardada dentro de nós”, disse.

Outro eixo importante do discurso foi a defesa das alianças partidárias.  Alckmin tem sido criticado por fechar acordo com dirigentes investigados, que fazem parte do Centrão, bloco formado por PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade. “Não basta um homem e uma mulher, um governo de qualidade requer alianças”, defendeu. “Aqueles que dizem que aprovarão reformas, sem o apoio da maioria dos partidos, mentem.”

Entre os líderes do Centrão, apenas ACM Neto, presidente do DEM, esteve com Alckmin e discursou no evento. Nomes como Valdemar Costa Neto, do PR, Ciro Nogueira, presidente do PP, e Marcos Pereira, do PRB, investigados na Lava Jato, não participaram.

 

Fonte: Estadão
Créditos: Estadão