Saúde

"Depender só de uma emissora é muito pobre" Sem plano de saúde, ator reclama da dependência da Globo

“Depender só de uma emissora é muito pobre. A gente é muito miserável. O mercado está limitado, não tem muitos papéis, principalmente para tio ou avô. Tem cinema, outras produtoras, mas ninguém chama, me veem como uma figura engraçada e pronto. Mas vamos lutar até provar que não sou só uma pessoa engraçada, sou um ator”

Com o fim de Deus Salve o Rei, terminou também o contrato por obra de Marcos Oliveira com a Globo e o benefício do plano de saúde oferecido pela empresa. O ator, conhecido pelo personagem Beiçola em A Grande Família (2001-2014), tem sérios problemas de saúde e já passou por dificuldades financeiras quando esteve desempregado. Ele lamenta a falta de bons papéis para profissionais de sua idade e a dependência da Globo.

“Depender só de uma emissora é muito pobre. A gente é muito miserável. O mercado está limitado, não tem muitos papéis, principalmente para tio ou avô. Tem cinema, outras produtoras, mas ninguém chama, me veem como uma figura engraçada e pronto. Mas vamos lutar até provar que não sou só uma pessoa engraçada, sou um ator”, defende.

Em Deus Salve o Rei, Oliveira interpretou Heráclito, um nobre que era parente de Lucrécia (Tatá Werneck), parte do núcleo cômico. Na ocasião do lançamento da novela, ele revelou que estava endividado, usando o salário da novela para saldar empréstimos que fez para pagar aluguel, se alimentar e arcar com os custos de seu tratamento médico.

O ator é diabético e tem fístula na uretra (comunicação anormal entre um órgão do sistema urinário e outro órgão). “Estamos batalhando. Estou regulando bem a alimentação, tomando remédios. Mas daqui para a frente eu fico na base da sorte. Acabou o plano de saúde da Globo ontem [segunda], e adquirir um plano de saúde particular está bem difícil, ainda mais com a minha idade”, reclama.

Para complementar a renda, Oliveira deve receber em breve direitos de imagem do Viva. A partir do próximo dia 6, ele aparecerá na TV paga novamente como o Beiçola de A Grande Família  _o canal reprisará todos os episódios das quatro primeiras temporadas (2001-2004).

Consagrado na TV como o dono da pastelaria que nutria uma paixão platônica por Dona Nenê (Marieta Severo), Oliveira não gosta de ser lembrado apenas por esse personagem e declara que não verá o programa.

“Estou me recuperando, depois de 14 anos fazendo o Beiçola. Quem quiser assistir, assiste, mas eu não vou assistir. Eu estou fazendo outras coisas, quero fazer outras coisas”, afirma.

Oliveira quer trabalhar
Após o fim de A Grande Família, Oliveira ficou afastado da TV e chegou a pedir trabalho nas redes sociais. Ele começou a se reerguer após ser convidado para interpretar um falso padre em Liberdade, Liberdade (2017) e, mais recentemente, o nobre Heráclito de Deus Salve o Rei. O ator faz questão de defender a novela, muito criticada pela trama e pela atuação de Bruna Marquezine.

“Foi um processo bem marcante e difícil. O estúdio pegou fogo, teve uma trajetória meio complicada, mas ressuscitamos, batalhamos. O que dá pra perceber é que também existe um pouco de inveja. As críticas eram meio frágeis, meio bobas, você sentia um dedo de gente que queria estar fazendo, queria ter tido a ideia. Por mais criticada que tenha sido, a novela teve seu encantamento, isso é que importa. A gente está aí mesmo pra levar uns pontapés na cara, e tudo bem”, afirma.

Sete meses e uma novela depois, Oliveira conseguiu pagar suas dívidas e agora precisa continuar trabalhando para não se endividar novamente. Ele quer estrear uma peça nos próximos meses, chamada Evolução, em que interpreta personagens em cinco momentos da história do mundo. Mas não descarta papéis na TV também.

“Quero manter as duas coisas, tenho que pensar na minha sobrevivência. A gente só pode pedir trabalho, e seja o que Deus quiser. Quero produzir, preciso produzir, estou com muita vontade. Trabalho é a única ligação que eu tenho na vida. Eu não tenho mais lazer, não gosto de outras coisas. Gosto do trabalho”,  esclarece.

Fonte: UOL
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