API: Sílvio e Heron têm razão
João Pinto e Sandra Moura disputam presidência da API (Fotomontagem: Blog do Tião)
Dois dos mais competentes e expressivos jornalistas paraibanos de todos os tempos, Sílvio Osias e Heron Cid publicaram brilhantes escritos nos quais condenam duramente a reprodução de velhas e deploráveis práticas políticas na Associação Paraibana de Imprensa (API). Estão cobertos de razão.
Realmente… Não se pode admitir que dirigentes de uma entidade com tantas palmatórias do mundo recorram a condenáveis recursos do fisiologismo e do clientelismo para assegurar, em razão dos cargos que exercem, a manutenção de benesses ou facilidades concedidas pelos poderes aos quais eventualmente sirvam.
Não é concebível nem perdoável que um presidente da API transforme o quadro de associados em curral eleitoral, promovendo filiações em massa, ostensivamente irregulares, sem submetê-las – como manda o Estatuto da entidade – ao escrutínio de sua Comissão de Sindicância, jamais formada no mandato em curso.
Com toda certeza, nem Sílvio nem Heron consideram certo alguém presidir a API por tanto tempo sem cumprir uma obrigação básica e incontornável do Estatuto que é prestar contas ao menos uma vez por ano – perante assembleia regularmente convocada para tanto – do que fez e faz com receitas e despesas da API.
A gente sabe de muito governante que pinta miséria com o dinheiro do povo, mas no final das contas maquia uma prestação de contas e passa incólume pelos órgãos de controle, geralmente quando tem sob controle quem deveria fiscalizá-lo. Não é o caso da API. Lá, nem isso foi feito. Nem mesmo quando vice-presidente e tesoureiro cobraram por escrito, do presidente, uma mísera reunião de diretoria para que ele mostrasse as contas.
Por essas e tantas outras que ainda podem vir a público, a chapa de oposição foi à Justiça tentar suspender – e não cancelar ou impedir – a eleição na entidade. Pelo menos até que o atual presidente prove que nada fez do que alegam seus opositores. Que não querem outra coisa além de eleições limpas.
Mas eleições regidas pelas regras do Estatuto, e não pelas regras de quem pode fazer de um tudo e mais um pouco para manter a API do jeito que foi nos últimos três anos: omissa, silente, subserviente.
Bem, a bola está com a Justiça. Que pode decidir a qualquer momento aceitar ou não os argumentos e o monte de documentos que a chapa de situação juntou ao seu agravo para tentar justificar o injustificável.
Porque nenhum comprova de alguma forma filiação regular de novos associados habilitados ao voto para o pleito sustado. São nomes que compõem desencontradas listas de membros da entidade fornecidas à oposição. Nessas listas temos gente viva misturada a uns colegas muitos vivos e também a gente muito morta.
É só uma pequena amostra da desorganização – ou esculhambação, diriam outros – que impera na API. Mas há quem defenda a continuação disso, pelo visto.
Fonte: rubens nóbrega
Créditos: Rubens Nóbrega