Mais um caso bárbaro de violência terminou em morte no Distrito Federal. Depois de Victor Martins Melo, de 16 anos, e do estudante da Universidade de Brasília Jiwago Henrique de Jesus Miranda, 33, a vítima desta vez é um adolescente de 14 anos assassinado por apedrejamento na saída de uma festa em Santa Maria.
O corpo de Gabryel Bezerra Pereira foi encontrado na quarta-feira da semana passada (4/7), em uma rua próxima do local onde ocorria um evento com jovens da comunidade. A Polícia Civil identificou outros dois menores como autores do homicídio. Agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) apreenderam um dos suspeitos.
De acordo com familiares do menino, Gabryel saiu de casa naquela noite e seguiu até uma distribuidora de bebidas. No local, foi convidado por duas amigas para ir a uma festa numa residência próxima. Já na casa, o adolescente teria dançado com uma mulher, supostamente namorada de um homem preso na Papuda.
Segundo uma parente do garoto que preferiu não se identificar, Gabryel foi jogado no chão por um rapaz e ameaçado. “Esse cara disse que o namorado da mulher estava preso, mas ele estava lá para afastar outros homens que se aproximassem dela”, contou a familiar de Gabryel. Após a confusão, a vítima deixou o local, mas foi cercada do lado de fora do evento.
Morte brutal
Conforme as investigações apontam, dois jovens apedrejaram Gabryel, que correu, mas acabou escorregando. No chão, ele recebeu três golpes fortes na cabeça e morreu no local. A investigação do homicídio foi iniciada pela 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), mas repassada para a DCA após adolescentes serem identificados como autores.
Destroçado pelo assassinato do filho, o pai de Gabryel, José Pereira, pede justiça. “Sei que as leis em nosso país protegem adolescentes que cometem crimes, mas meu filho foi morto da forma mais brutal possível. A cabeça dele foi esmagada a pedradas”, disse.
O menor apreendido foi localizado pelas autoridades na mesma noite do crime e confessou ter assassinado Gabryel. O outro jovem envolvido no homicídio ainda é procurado pela polícia.
Linchamento no parque
O caso é semelhante a outro, ocorrido no Parque da Cidade no dia 26 de maio. Victor Melo apanhou até morrer após sair de uma festa de música eletrônica e ser confundido com um ladrão de celular. Mais de 20 pessoas lincharam o adolescente.
Nesta terça-feira (10/7), a Polícia Civil prendeu temporariamente, por determinação da Justiça, quatro acusados pela barbárie. São eles: Wesley Vinícius Moreira de Melo, 20 anos; Marcela Sabrina da Silva, 24; Wellington Silva Alves, 23; e Alan Luiz da Silva Júnior, 23.
Outros nove menores foram alvo de busca e apreensão da operação deflagrada pelos policiais da 1ª DP (Asa Sul). Os agentes recolheram diversos objetos nas casas desses jovens, que estudavam na mesma escola da vítima. Como não foram ouvidos, não se sabe se conheciam Victor.
Segundo laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML), o garoto espancando brutalmente morreu após levar uma facada certeira no coração. A perfuração tinha 4,5cm de profundidade. O pai, o comerciante Íris de Melo, 47, não se conforma com a brutalidade que fizeram com seu filho. “Monstros”, disparou.
Um mês depois de Victor ser espancado, o corpo de Jiwago Henrique de Jesus Miranda foi encontrado perto da Colina, na UnB. O assassino desfigurou o rosto do estudante a golpes de pedras. Até agora, nenhum suspeito foi preso pelo homicídio.
Fonte: Metropoles
Créditos: Metropoles