"o voto é do cidadão"

'A eleição de 2014 foi uma fraude', afirma Marina Silva

Pré-candidata ao Palácio do Planalto pela Rede disse que, apesar dos ataques, não guarda mágoas de seu antigo partido, o PT.

“As últimas eleições foram uma fraude. Pela mentira, violência, abuso do poder econômico e pelo uso de caixa 2”, afirmou a pré-candidata do Rede Sustentabilidade, Marina Silva em entrevista ao Metrópoles. A presidenciável foi sabatinada pela diretora de Redação, Lilian Tahan, e pelo colunista Caio Barbieri.

Ocupando, mais uma vez, as primeiras posições na corrida presidencial, Marina ainda não fez grandes acordos partidários que poderiam garantir um maior tempo durante a propaganda eleitoral obrigatória nas TVs e rádios. “É uma postura política, porque nossas alianças não serão apenas para ter tempo de TV e estrutura de palanque. A grande aliança que se precisa fazer é com a sociedade brasileira, só a sociedade pode fazer as mudanças que o Brasil precisa”, afirmou.

A pré-candidata da Rede tentou, ainda, mostrar-se como uma nova opção para o eleitor brasileiro. “O voto não pertence a mim, ao Lula ou ao Bolsonaro, o voto é do cidadão. Vou lutar para convencer a população de que um novo alinhamento político precisa acontecer. Lutar para que os cidadãos compreendam que quem criou o problema não é quem vai resolver”, completou.

Michael Melo/Metrópoles
Um novo alinhamento político vai fazer o Brasil passar a página da corrupção e trabalhar outra agenda
Marina Silva.
Perguntada se conseguirá aumentar as intenções de voto sem a “benção” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina Silva disse que sim. “São escolhas políticas e, desde 2010, eu me coloco como alternativa ao PT, PSDB, MDB e DEM. Essa autonomia política eu estou trabalhando desde que me desfiliei ao PT, por não concordar com as ações erradas que começaram com o Mensalão e depois foram para o Petrolão.”

Mágoa do PT

Atacada fortemente pela militância petista durante as eleições de 2014, Marina garantiu que não  guarda mágoa de seu ex-partido. “Como diz a Bíblia, é preferível sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça. Não guardo mágoas, mas confesso que fiquei surpreendida quando soube que os canhões no PT estavam voltados para me aniquilar. Jamais revidaria na mesma moeda, porque você pode se transformar naquilo que você combate”, explicou.

Questionada sobre o Projeto de Lei nº 6299/02, um pacote de mudanças na fiscalização e controle de agrotóxicos no Brasil, batizado de PL do Veneno, que foi aprovado na última semana no Congresso Nacional. a pré-candidata afirmou ser contra. “O Brasil não precisa lançar mão de ações contrárias ao interesse público e ao meio ambiente. Isso não é defender o agronegócio”, completou.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Larissa Rodrigues