Existem grandes chances de que ninguém mencionou nada a respeito de relações homoafetivas quando você aprendeu sobre sexo na escola. É provável também que você tenha sido ensinado a colocar uma camisinha masculina, sem nenhuma menção à proteção feminina.
Além de silenciarem a diversidade, essas lições excluem a comunidade LGBTQ+ e a deixam sem informações de como se relacionar com prazer e segurança.
Para falar de mulheres interessadas em transar com outras, é importante reforçar que elas podem ser lésbicas, bissexuais, pansexuais e até mesmo heterossexuais. “A vontade pode acontecer em um ménage ou em outra circunstância”, explica a educadora sexual Karol Rabelo.
Segundo a sexóloga, em relacionamentos homoafetivos, existe a vantagem de as mulheres terem mais noção do que vai ser gostoso para as parceiras. “Aposte em carícias, muitos beijos, contato, estímulo com a boca e as mãos”, aconselha. “Geralmente, elas sabem as carências e têm mais coragem de pedir algo específico”.
Apesar desses pontos, o mercado erótico está longe do ideal para relacionamentos entre pessoas do gênero feminino e transforma isso em fetichização. “Na pornografia, quando se tem duas mulheres, os estímulos são para os homens. Não necessariamente é um filme pensado para elas, não tem esse olhar”, afirma Karol.
Antes, durante e depois do sexo: três playlists para você curtir muito
Além de os vídeos estarem longe de satisfazer as mulheres, os brinquedos e outros itens sexuais também são produzidos majoritariamente para casais heterossexuais. “Existem muitas próteses [penianas], como o cinturão. Mas nem todas gostam desse tipo de acessório. Elas acabam usando os óleos comestíveis e excitantes femininos”.
Sexo seguro
A ginecologista do Hospital Santa Luzia Raiene Barbosa nota algumas pacientes que se relacionam com mulheres deixando os cuidados médicos de lado. “A prevenção é essencial. Elas também precisam fazer exames de rotina, como o papanicolau, e tomar a vacina contra o HPV”, diz.
De forma geral, a médica escuta várias mulheres afirmando não usarem camisinha. Raiene reforça a importância da proteção, inclusive quando parceiras forem dividir brinquedos sexuais e vibradores.
“O número de casos de HIV entre mulheres é baixo, então percebo menos preocupação em se proteger”, complementa Karol. “Muitas ignoram as outras ISTs [infecções sexualmente transmissíveis], como hepatite e HPV. A camisinha deve ser usada, sim, no sexo oral. Tem as específicas para a língua, mas são pouco discutidas e divulgadas”, informa. O produto pode ser achado em sex shops. Há opções simples e outras com sabor.
Fonte: Metrópoles
Créditos: –