O Partido Social Cristão (PSC), através do deputado federal Marcondes Gadelha, presidente estadual da legenda, tem defendido a tese de união das oposições na Paraíba já no primeiro turno. A legenda, que estava praticamente fechada com o projeto do senador José Maranhão, deu sinais de recuo após a desistência de Raimundo Lira (PSD) de disputar o senado, e viu abrir-se o leque de opções para uma composição.
Sem levar em conta os interesses do PSC, a hipótese lançada pelo partido tem lógica. Uma união das oposições já no primeiro turno aumentaria consideravelmente as perspectivas de vitória do grupo, embora seja cedo para medir a força de todas as candidaturas colocadas na disputa pelo Governo. No campo oposicionista, os principais pré-candidatos tem cartas na manga para manterem suas postulações nesse primeiro momento.
O trunfo do senador José Maranhão são as pesquisas quantitativas feitas para consumo interno dos partidos. Em todas elas, o pré-candidato do MDB aparece na dianteira, bem a frente dos oponentes de oposição e da situação, o que demonstra a capilaridade eleitoral que ele preserva em todo o estado. O atual modelo de financiamento de campanha também o favorece muito em relação aos seus concorrentes. Outra carta na manga de Maranhão, que já foi governador por três vezes, é o discurso da experiência, quesito que é uma pedra no sapato de Lucélio Cartaxo. Ao que parece, não há nenhum interesse do senador em sair da disputa.
Por outro lado, a pré-candidatura de Lucélio Cartaxo leva a melhor quando se avaliam as pesquisas qualitativas. Por ser um nome novo na corrida eleitoral para o Governo do Estado e irmão do prefeito Luciano Cartaxo, que mantém uma administração considerada acima da média na capital João Pessoa, ele tem uma rejeição considerada baixa e tem chances de crescer durante a campanha. Enquanto isso, Maranhão pode já ter alcançado seu teto máximo na disputa, sem perspectiva de crescimento, o que seria bom para Lucélio.
Para o professor de Direito Eleitoral da UFPB, Renato César, é prematuro afirmar que uma dessas duas postulações oposicionistas vai abdicar para apoiar a outra, pois o jogo eleitoral está indefinido e todos têm condições de ir ao segundo turno. Ele ressaltou, no entanto, que essa circunstância é conveniente para a oposição e que a união poderá ocorrer mesmo em um segundo momento. “No segundo turno, quando esses grupos se unem, a probabilidade de vitória é maior”, explicou.
Levando em consideração o ponto de vista de Renato César, caso viesse a existir um acordo na oposição para definir a pré-candidatura do grupo, quem levaria a melhor nesse jogo seria o senador José Maranhão, porque ele já exerceu o mandato de governador e possui o discurso da “experiência”. “O eleitorado, geralmente, tem confiabilidade em um nome que tem experiência”, argumentou.
Além desse quesito, Renato concorda que a verba a ser gasta na disputa será decisiva no processo eleitoral, e portanto mais um fator positivo para a candidatura do MDB. “Nessa eleição, se por um lado temos um eleitorado apático, o fator financiamento de campanha será decisivo, principalmente numa circunstância como essa”, pontuou.
A princípio, portanto, as cartas que Maranhão têm na manga parecem ser as mais poderosas dentro do grupo das oposições.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Felipe Nunes