O presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Amadeu Rodrigues, é um dos 17 denunciados pelo Ministério Público, como atuantes no esquema de corrupção no futebol da Paraíba, investigado pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). O dirigente – que esteve afastado do comando da entidade justamente por conta dessas investigações, mas retornou ao cargo nesta semana – preferiu manter o silêncio algumas horas depois de o MP tornar pública a denúncia, na noite dessa quarta-feira. O seu advogado particular, Solon Benevides, no entanto, tratou de reafirmar a certeza de que Amadeu é inocente e que não teme um novo afastamento do dirigente.
– Eu não vou falar agora. Ainda não me reuni com os advogados – resumiu Amadeu.
A peça publicada pelo Ministério Público nessa quarta-feira recomenda que Amadeu Rodrigues e os citados sejam destituídos dos cargos ocupados na FPF, no Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB) e na Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (Ceaf-PB). A defesa do presidente da FPF, no entanto, entende que o afastamento não deve ser cautelar e só pode ocorrer quando o processo tiver um resultado claro determinado pela Justiça.
– Ainda não tomamos conhecimento formal da denúncia. Só tomei conhecimento através da imprensa. Mas, pelo que vi, o Ministério Público pediu a destituição dos cargos apenas após o processo tramitar e nomear culpados ou não. É o que entende a defesa. E temos plena convicção da absolvição de Amadeu de tudo que for apontado pelo MP – avaliou Solon Benevides.
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O advogado, que encabeça o corpo jurídico que defente o mandatário, entende ainda que não existem motivos para o afastamento neste momento. Isso porque Amadeu está cumprindo com todas as diligências decretadas pelo interventor da CBF, Flávio Boson Gambogi, com a suspensão das atividades na Federação.
A lei citada no documento divulgado pelo MP (Lei 8.038/90) é, segundo o advogado, indevida para que exista o afastamento momentâneo.
– Não existe o afastamento cautelar. Principalmente porque, neste momento, estamos atendendo a todas as diligências determinadas pela CBF após a suspensão da intervenção – falou o advogado.
Amadeu Rodrigues esteve afastado do comando da Federação Paraibana por um mês e retornou ao cargo nesta semana. Ele que segue em trabalho normal na entidade e, apesar de preferir não falar muito, adiantou que se reunirá com a sua defesa para preparar os próximos passos sobre o caso. O advogado Solon Benevides ainda emitiu uma nota oficial, que você confere abaixo.
Nota da defesa de Amadeu Rodrigues
Amadeu Rodrigues da Silva Junior, presidente da Federação Paraibana de Futebol, através do seu corpo jurídico liderado pelo advogado Solon Benevides, esclarece aos respeitados profissionais da imprensa e ao público em geral, em apertada síntese, os seguintes pontos:
Em primeiro não há recebimento formal de citação para resposta à denúncia, sendo esta encaminhada pelo Ministério Público à magistrada para que sejam realizados os procedimentos do Poder Judiciário.
Outrossim, acerca das dúvidas elencadas pela imprensa sobre afastamento, informamos que o pleito do Ministério Público, ao nosso sentir, decorre de uma possível condenação. Ou seja, com base em interpretação baseada na legislação, doutrina e jurisprudência, o afastamento não foi solicitado de maneira cautelar, imediata, mas apenas caso ocorra a condenação.
Além disso, merece destaque que a gestão atual da FPF está implementando todas as recomendações da CBF decorrentes da intervenção amplamente noticiada, primordialmente normas relacionadas a compliance.
Por fim, os pontos colacionados na denúncia serão rebatidos a tempo e modo, com a plena convicção da absolvição do Presidente da FPF, ante o elenco de provas devidamente preparadas para comprovar sua inocência.
Fonte: Globo Esporte Paraíba
Créditos: Globo Esporte Paraíba