O jornalista Gutemberg Cardoso entrevistou no programa Master News da noite desta quarta-feira(20) o professor universitário, Renato César. Durante a entrevista o professor falou sobre o atual momento do país, sobre a opinião do brasileiro sobre os sistema político atual e sobre o que se espera das eleições que ocorrerão neste ano.
Sobre a confusão gerada na mente do eleitor pela atual instabilidade econômica e política que o país vem vivendo e , pensávamos na época do impeachment que o país ficaria dividido apenas entre coxinhas e mortadelas e desde aquele período o país não melhorou em nenhum dos setores que vinha sofrendo.
Segundo ele também haveria por parte da população uma grande expectativa em torno do poder judiciário para que os magistrados nacionais assumissem um papel de poder moderador na República atual semelhante ao que fizeram os militares durante a ditadura militar, mas que a categoria teria se recusado assumir este papel.
Ele também falou das fortes críticas que o sistema de voto por meio de urna eletrônica que é utilizado no Brasil vem recebendo da população atualmente. ”Hoje a população contesta a validade de uma eleição baseada no voto digital, algo que era tema de conversas entre técnicos passou a ser a reclamação do cidadão comum”.
Outro fator apontado por Renato para a atual situação política vivida no país onde o povo estaria buscando encontrar uma bandeira para apoiar enquanto não possui lideranças reais que aglutinem a maior parcela da população em torno do seu discurso. ”Desde a morte de Tancredo não temos grandes lideranças, hoje em dia não temos líderes que consigam reunir o país”.
Perguntado se é possível esperar grandes mudanças no cenário político após as eleições deste ano, Renato afirmou que não se deve esperar por uma grande mudança nos nomes dos representantes políticos, inclusive porque os atuais mandatários de cargos eletivos participaram da composição da última reforma eleitoral que teria favorecido apenas aos grandes caciques políticos. ”Eles deixaram transparecer que não possuem o desejo por mudanças e por isso devemos ter poucos candidatos eleitos pela primeira vez”.
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Sobre a realidade na Paraíba ele também se mostrou pouco esperançoso em relação a grandes mudanças nos nomes dos eleitos: ”dificilmente o eleitor paraibano terá um comportamento diferente do que acontecerá a nível nacional. política estadual tende a repetir os mesmos fenômenos vividos a nível nacional”.
Renato também afirmou que dificilmente algum dos candidatos a presidência trará alguma mensagem nova em seus discursos que agrade a maioria da população: ”qual será a mensagem dos candidatos em um país praticamente falido? A única mensagem que interessa neste momento são as reformas necessárias para o país, mas qual candidato trará esses temas em seus discursos?”.
Garantindo que o eleitor médio brasileiro tende a se interessar por temas que seja relativos a economia nacional ele afirmou que o único discurso que conseguirá atrair o eleitorado em 2018 será um discurso pautado em torno da economia nacional. ”O eleitor médio pensa com o bolso e com a barriga”.
Renato também falou sobre a aparente perda de identidade ideológica que vem sendo sofrida pelos membros de muitos partidos na Paraíba e no Brasil. Ele afirmou que a identidade ideológica no nosso país já se perdeu a muito tempo e que atualmente ela apenas estaria vindo à público. ”Hoje as ideologias caíram por terra e o que temos é uma busca fratricida pelo poder, os partidos se tornaram apenas um mero instrumento nessa busca”.
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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba
