Apesar do PSDB ter apoiado o golpe parlamentar de 2016 e de fazer parte da base de sustentação do governo Michel Temer, o pré-candidato tucano à Presidência da República, o ex-governador Geraldo Alckmin, agora diz que “falta legitimidade” ao governo Temer e que não irá defender o legado e nem convidar o emedebista para ocupar algum cargo em um eventual governo seu, caso seja eleito no pleito de outubro. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo e à Rádio Eldorado, Alckmin disse, ainda, que também não pretende conceder nenhum tipo de indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja eleito.
“Acho que ninguém está discutindo legado, estamos discutindo o futuro. O governo atual tem um grande problema, que é a falta de legitimidade porque não teve voto. Na democracia tem que ter voto. A união entre o cidadão e o governo se dá pelo voto, por isso essa dificuldade enorme”, disse Alckmin.
“Todo mundo critica o presidente Temer. Acho que em muita coisa a crítica é procedente. Mas a gente tem que entender que é um governo de transição. É diferente de um governo eleito. Padece de uma questão de legitimidade”, completou.
Ao ser indagado se, caso eleito, convidaria Temer para ocupar algum cargo público – como transformar o emedebista em embaixador – ou se daria um indulto a Lula, o tucano foi enfático: “Não e não”. Sobre uma possível aliança com o MDB, Alckmin disse que a legenda temo ex-ministro Henrique Meirelles como postulante e que “não cometeria indelicadezas levantando hipóteses”. Estamos procurando o apoio de partidos que não têm candidato”, disse.
Indagado se considerava um erro o PSDB ter apoiado Temer e ocupar cargos no alto escalão, Alckmin destacou que “quando começou o governo do presidente Temer eu fui da tese que devíamos apoiar todas as medidas que o Brasil precisa, mas sem participar de governo e ter ministério. Essa não foi a tese majoritária. O Aloysio (chanceler Aloysio Nunes) ajuda o País, mas não representa o PSDB”.
Na entrevista Alckmin também se defendeu das acusações de delatores da Odebrecht de que teria sido beneficiado com recursos de campanha por meio de caixa 2. “Isso não existe. As minhas campanhas, em primeiro lugar, sempre foram modestas e, segundo, sempre rigorosamente dentro da lei. Faz um ano e meio que ouço isso e até agora não houve nenhum fato. Ninguém está acima da lei, tem denúncia, por mais estapafúrdia que existe, investigue-se. Já prestei esclarecimento”, afirmou.
Fonte: Brasil 247
Créditos: Brasil 247