Os gols de Neymar contra Croácia e Áustria, em sua volta ao futebol depois de três meses lesionado, inundoaram a seleção brasileira de alívio e alegria pela recuperação de seu melhor jogador. O primeiro deles foi sucedido por uma previsão de Thiago Silva, diante de todo o grupo, ainda no vestiário do Anfield, estádio do Liverpool.
– O que passei para ele é que sempre depois de um momento não tão bom, o momento seguinte é de glória. Eu falei isso para ele em frente ao grupo e sei o quanto ele trabalhou para estar aqui em alto nível.
Não foi à toa ter sido o zagueiro a traduzir em palavras o sentimento de todos. Thiago Silva e Neymar são muitíssimo próximos. Companheiros de PSG e Seleção, eles não se desgrudam, apesar do estilo de vida diferente: um é mais jovem e midiático, enquanto o outro, já veterano, adota a discrição.
Na última terça-feira, a ovada pelo aniversário de Philippe Coutinho acabou em mais uma traquinagem entre o zagueiro e o atacante, correndo como crianças pelo gramado de Sochi.
A recuperação da cirurgia no pé direito foi, de acordo com Neymar, o pior momento de sua carreira. A mais longa interrupção. Nesse período, Thiago Silva foi protagonista: companhia, apoio e muitos conselhos.
– Eu procurei fazer minha parte como amigo, nem como jogador mais próximo dele, mas como amigo realmente. É o momento pelo qual todo jogador odeia passar, mas infelizmente faz parte da nossa profissão.
Com frequência, Thiago Silva e Neymar vão juntos do vestiário para o campo, antes dos treinos. Mas isso não configura uma panela. Pelo contrário. Um dos trunfos em busca do hexa, na visão de quem vive a rotina da Seleção, é justamente o fato de seu principal craque tratar a todos com igualdade.
Neymar sabe que os olhares dão prioridade a ele. É quase sempre o último a surgir no campo ou descer do ônibus, traço também marcante em seu amigo Messi, mas não se coloca acima dos parceiros. Seus gols contra Croácia e Áustria foram celebrados como se fossem títulos por atletas, comissão técnica e dirigentes da CBF. Além da felicidade pelo retorno, a consciência de que Neymar tem, como poucos nesta Copa, a capacidade de ser um diferencial na disputa do título.
– Depois de três meses, fazendo a metade do jogo passado (contra a Croácia) e esse (diante da Áustria), ele já está jogando em alto nível. Coisa que ninguém esperava, nem ele mesmo. Ficamos felizes por ele estar feliz, jogando leve – celebrou Thiago Silva.
Essa amizade pode interferir não apenas no destino da Seleção, como também no futuro do Neymar. O zagueiro é um aspecto favorável à sua permanência no PSG, bem como Daniel Alves, velho parceiro e conselheiro, dos tempos de Barcelona. O encontro do craque com o alemão Thomas Tuchel, novo técnico de sua equipe, em Londres, no último dia 4, fortaleceu a possibilidade de que ele resista ao assédio do Real Madrid e emende a segunda temporada.
Fonte: GE
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