Quase 10% da população brasileira sofre de ansiedade, uma das maiores taxas do mundo. O transtorno é complexo e pode se manifestar de muitas de formas diferentes. Agora, os pesquisadores da Universidade do Colorado estão tentando desenvolver uma vacina para blindar pacientes de pelo menos uma das suas causas. Tudo graças a uma espécie de bactéria do solo.
O estudo publicado no periódico Brains, Behavior and Immunity, relata teste bem sucedidos em que a bactéria, chamada Mycobacterium vaccae, foi injetada em ratos. Oito dias após o tratamento, as cobaias apresentaram níveis mais altos de uma proteína antiinflamatória chamada interleucina-4 na região do cérebro. Essa proteína é associada ao controle do humor, ansiedade e medo.
Depois desse período, os ratos eram expostos a situações de estresse. Como resposta, eles apresentavam níveis mais baixos que o normal de HMGB1, outra proteína, que é induzida pelo estresse e responsável por sensibilizar o cérebro à inflamação. Em outras palavras: os ratos tinham aumento de uma proteína “calmante” e a redução de uma proteína “estressante”. Eram, em resumo, ratos menos ansiosos.
A lógica por trás do estudo é simples. Já é consenso entre os pesquisadores da área que diferentes tipos de inflamação no cérebro têm impacto direto sobre a nossa saúde mental – podendo gerar, como consequência, ansiedade e depressão.