Nas ruas, pouquíssimas são as referências ao evento. Reflexo de um certo desânimo dos russos com a seleção local. Com o empate por 1 a 1 com a Turquia, terça-feira, no estádio do CSKA, a Rússia chegará à Copa com um jejum de vitórias que teve início em outubro. Há desconfiança até mesmo na classificação às oitavas de final em grupo com Arábia, Egito e Uruguai.
– Não estamos satisfeitos com a nossa seleção. E não sei dizer uma seleção que seja favorita para ganhar essa Copa. Mas vou acompanhar todo o torneio – disse o russo Mikhail Mitrescu.
A partida contra os turcos, por exemplo, passou despercebida pelas ruas da capital. A camisa vermelha da equipe nacional é artigo raro, assim como decoração que demonstre qualquer ansiedade pelo início da competição. Do aeroporto Domodedovo até o centro da cidade, apenas pequenas citações.
– Imaginei que fosse ter mais coisas no aeroporto sobre a Copa, mas até no Brasil o clima não está como antes. Não tem tanta bandeirinha como antigamente – surpreendeu-se Guilherme Amaral, torcedor de Brasília, que já chegou à Rússia.
O Brasil, por sinal, é o quarto país que mais comprou ingressos para os jogos, o que aumenta a expectativa por animação pelas ruas de Moscou. Até abril, eram mais de seis mil bilhetes comprados, atrás apenas dos donos da casa, de argentinos e mexicanos.
A parte boa para quem chegar mais cedo à capital do futebol pelos próximos 45 dias é que não há filas ou grandes aglomerações para desfrutar do espaço e tirar fotos. Foi o que aconteceu com o peruano Vicente Carmino, que está em Moscou para acompanhar o retorno de seu país ao Mundial após 36 anos.
– Em comparação a outros Mundiais, o ambiente está mais frio. Ainda faltam oito dias. Muita gente está chegando a partir do dia 9. Acredito que seja por isso.
Na terça-feira, a primeira seleção desembarcou na Rússia para o Mundial: o Irã. Com muitos amistosos marcados para os próximos dias, outros países têm chegada prevista para o fim de semana. Que comece assim o clima de Copa!