As colunas de fumaça e fragmentos em uma área rural do país, subiu para 62 nesta segunda-feira, 4. Mais de 1,7 milhão de pessoas foram afetadas, o que obrigou as autoridades a retirar milhares de moradores de suas casas.
O Vulcão de Fogo expeliu material lodoso e provocou a morte de ao menos 62 pessoas – incluindo crianças – em várias comunidades localizadas na margem sul do monte, informou o porta-voz da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred), David de León.
A Conred afirmou que até o momento foram registradas 33 mortes, 46 feridos, enquanto 3.263 foram retiradas de suas casas e 1.687 pessoas levadas para abrigos nos Departamentos (Estados) de Escuintla (sul) e Sacatepéquez (oeste), que ao lado de Chimaltenango (oeste) são os mais afetados pela erupção, em números atualizados.
As imagens exibidas na televisão e divulgadas nas redes sociais mostram corpos no chão, assim como veículos e casas destruídos pela erupção. O secretário da Conred, Sergio Cabañas, afirmou que as vítimas fatais foram presas pela lava que desceu do vulcão, situado a 35 km da capital.
“Se desta vez nos salvamos, em outra (erupção) não”, disse à agência France Press Efraín González, de 52 anos, levado para um abrigo de Escuintla, ao lado da mulher e da filha de um ano. O desespero toma conta de González, pois o filho de 10 anos e a filha de 4 do casal são considerados desaparecidos. A casa da família foi atingida pela lava do vulcão, de 3.763 metros de altura e que emitiu colunas de cinza de quase 6.000 metros de altura.
A agência Associated Press informou que duas crianças morreram atingidas pela lava enquanto observavam a erupção em uma ponte.
Em um primeiro balanço, o secretário da Conred, Sergio Cabañas, afirmou que as vítimas foram presas pela lava que desceu do vulcão, situado a 35 km da capital. Ele também citou 20 feridos.
De León indicou que as tarefas de busca de corpos e desaparecidos foram suspensas durante a noite por falta de luz e pelo perigo para as equipes.
A erupção acabou após 16 horas e meia de atividade, mas existe a probabilidade de uma retomada, afirmou o Instituto de Vulcanologia, que recomendou medidas de precaução.
O presidente Jimmy Morales decretou três dias de luto e estado de emergência ou calamidade em Escuintla, Sacatepéquez e Chimaltenango, mas a medida precisa ser ratificada pelo Congresso.
O Grupo de Doadores, integrado por Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Suécia, Suíça, França, União Europeia, além do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Organização dos Estados Americanos e o sistema da ONU na Guatemala, expressou solidariedade e apoio para o país superar a tragédia.
O governo de Israel enviou comida, cobertores e remédios para o país. Em seguida, o Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou que vai estender sua assistência através da embaixada de Israel na Guatemala. Os dois países se tornaram mais próximos nos últimos anos. Em maio, a Guatemala seguiu os passos dos EUA e moveu sua embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém, tornando-se o segundo país a fazer a mudança.
A chuva de cinzas provocada pelo vulcão levou ao fechamento temporário das operações no aeroporto internacional da Cidade de Guatemala, informou a Direção Geral de Aeronáutica Civil.
O Vulcão de Fogo, localizado entre os departamentos de Escuintla, Sacatepéquez e Chimaltenango, registrou sua primeira erupção de 2018 em janeiro.
Em setembro de 2012, provocou a última emergência por erupção no país, o que resultou na retirada de 10 mil habitantes em localidades ao sul do vulcão. / AFP, AP e W.POST
Fonte: Estadão
Créditos: Estadão