Paulo Santos
Desde o inesquecível ano de 1998, quando os peemedebistas paraibanos protagonizaram o maior confronto fraticida da história política paraibana não se presenciava outro embate entre companheiros de um mesmo partido como acontece, agora, com o PSB.

A diferença é que, no PMDB, os dois lados desembainharam armas para o confronto interno e, desde os preparativos, viram-se cenas que não davam pistas da fogueira que ardia entre os dois lados. Até estiveram juntos, pacificamente, como aconteceu nos funerais do senador Humberto Lucena.

O processo que hoje envolve o PSB tem características diferentes e contraditoriamente parecidas, óbvio, daquelas que oxigenaram a crise do PMDB há 14 anos. O que aproxima é que os dois grupos dominam o poder em níveis estadual e municipal, ou seja, têm o comando do Palácio da Redenção e da Prefeitura de João Pessoa.

Em 98 os personagens políticos movimentavam-se quase na surdina em busca de fórmulas que lhes conduzissem ao domínio da “máquina” partidária. Como lembram, Maranhão venceu dentro do PMDB, ganhou as eleições estaduais e obrigou o poderoso clã Cunha Lima a voar para o ninho tucano. Os perdedores de 98 venceram em 2002 e repetiram a dose quatro an os depois.
Muito mais rápido do que qualquer observador pessimista poderia imaginar e profetizar, o PSB passou a viver um momento de beligerância que revela, em primeiro lugar, descontrole total para lidar com o poder. Esse é um problema que costuma acometer os organismos despreparados para a ocupação de espaços grandiosos.

Outra diferença nesse confronto atual, em relação ao do PMDB em 98, é que os condutores socialistas de hoje trazem seus confrontos para a calçada da mídia, como se toda a população fosse obrigada a ver as vísceras do partido caindo sobre seus filiados.

O desequilíbrio emocional dos socialistas paraibanos é evidente. Se o Governo perde votação na Assembleia aparece alguém vendo deputados dentro de um pântano. Na encarniçada luta municipal vereadores acusam secretários de incompetência e o contraditório aparece com argumentos de desequilçibrios mentais.

Há muito se via uma séria crise se desenhando no horizonte, mas esperava-se bom sendo porque o enfrentamento dos problemas da Paraíba deve ser prioritário em relação às questiúnculas partidárias. Esse Estado não aguenta ter crises, nessas proporções, nos intervalos de uma década e meia.

DESCARTE
O deputado estadual Caio Roberto (PR), no melhor estilo Wellington Roberto, disse sem meias palavras que seu partido não quer conversa com a pré-candidata do PSB, Estelizabel Bezerra. Todos os pré-candidatos estão na lista de conversas do PR. Em tempo: Wellington é o pai de Caio e conhecido por não ter “papas” na língua.

PLACAR
O governador Ricardo Coutinho ou seus conselheiros políticos deveriam se debruçar sobre os números das votações dos vetos, nesta quarta-feira (25), na Assembleia Legislativa. Em alguns casos houve derrubada de vetos por 20 a 10. Já saiu dos limites do “empate t[écnico”.

SEM INSULINA
O eficiente assessor de imprensa do senador Vital do Rego, o jornalista Carlos Magno, reclama via twitter que há mais de um mês está faltando insulina – fundamental para a maioria dos diabéticos – na Camed, órgão da Secretaria Estadual de Saúde responsável pela distribuição de medicamentos. É um fato tão grave quanto a falta de agulhas nos PSFs da Capital paraibana.

EM ESPERA
O pré-candidato a prefeito de Sousa, deputado estadual André Gadelha (PMDB), vai aguardar os desdobramentos da crise do PT naquele município para confirmar – ou não – a aliança para as eleições de outubro. A direção estadual petista decretou intervenção, nesta terça-feira (24), no diretório municipal de Sousa.

QUEDA DE BRAÇO
Já não há mais segredos, dentro da Assembleia, que há uma “queda de braço” entre o primeiro vice-presidente da Casa, Edmilson Soares (do PSB do governador Ricardo Coutinho) e o colega oposicionista ferrenho Aníbal Marcolino (PRN). Há quem garanta que o foguinho de hoje pode virar um grande incêndio amanhã.

PERGUNTAR NÃO OFENDE
Para que serve aquele painel caríssimo da Assembleia Legislativa da Paraíab se os deputados continuam votando pelos antigos métodos? Cartas para a Praça João Pessoa.