O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 22, que seu encontro com o norte-coreano Kim Jong-un pode não ocorrer no dia 12 de junho, como programado. Depois de aceitar a proposta de cúpula do ditador de maneira imediata, o americano afirmou agora que a reunião só ocorrerá se Pyongyang aceitar “certas condições”.
Trump também sugeriu que o regime norte-coreano “mudou de atitude” em relação à cúpula depois de Kim se encontrar pela segunda vez com o presidente da China, Xi Jinping, no dia 8. “Eu não gostei disso”, declarou no Salão Oval da Casa Branca, ao lado do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.
O americano ressaltou não saber se o chinês influenciou ou não o ditador. “O presidente Xi é um jogador de pôquer de primeira classe. Talvez nada tenha acontecido. Talvez tenha”, observou, fazendo referência à habilidade política do líder comunista. Sobre a cúpula, Trump também foi ambíguo: “Há uma chance muito substancial de que ela não dará certo e isso é ok”. Em seguida, emendou: “Ela pode não funcionar para o dia 12 de junho. Mas há uma boa chance de que teremos o encontro”.
Na semana passada, o vice-ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Kim Gye-gwan, disse que seu país não aceitará o “abandono unilateral” de seu programa nuclear. Ele também criticou o chefe do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, por ele ter sugerido o “modelo líbio” para as negociações com a Coreia do Norte.
A Líbia abriu mão de seu programa nuclear em 2003 e aceitou um programa de inspeção que Bolton considera um modelo para as conversas atuais. “O mundo sabe muito bem que nosso país não é nem a Líbia nem o Iraque, que tiveram destinos miseráveis”, ressaltou o vice-ministro. Segundo ele, a Coreia do Norte sente “repugnância” em relação a Bolton, que foi embaixador dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU) durante o governo George W. Bush.
Trump reiterou nesta terça-feira a exigência de “completa desnuclearização” da Coreia do Norte. Em troca, ele prometeu dar garantias de segurança a Kim Jong-un e previu que o país de 23 milhões de habitantes será “próspero e rico” se chegar a um acordo com os EUA.
“A Coreia do Sul, o Japão e a China também estarão dispostos a ajudar e a investir grandes quantidade de dinheiro para ajudar e tornar a Coreia do Norte grande.”
A princípio, os EUA veem a manutenção de duas Coreias, afirmou Trump. Mas ele ressaltou que não se opõe a uma península unificada, se essa for a decisão futura de ambos os lados.
Fonte: Estadão
Créditos: Estadão