A Venezuela realiza suas eleições presidenciais neste domingo (20) enfrentando hiperinflação e severa escassez de alimentos e remédios e em clima de protestos populares. Diferente de anos anteriores, os cidadãos se mostraram apáticos diante da campanha eleitoral, que pode ser marcada pelas altas taxas de abstenção.
A situação econômica está atada à crise social, que por sua vez surge após anos de decisões políticas dos líderes da revolução bolivariana que levaram à expropriação de empresas, à morte do aparelho produtivo e ao controle do câmbio desde 2003.
O atual presidente e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, foi o primeiro a colocar a situação econômica como prioridade no seu discurso proselitista, embora os números da crise tenham piorado durante o seu governo de caráter ditatorial, que se iniciou em 2013.
Já a principal coalizão opositora no país, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), decidiu não apresentar candidatos por considerar que a eleição será uma fraude e pediu que o eleitorado se abstenha de votar.
Além de Maduro, concorrem o ex-governador da oposição Henri Falcón, o ex-pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada, que praticamente não fez campanha.
Falcón, militar da reserva e dissidente chavista de 56 anos, decidiu contrariar a decisão da MUD e se inscrever com seu partido, o Avanço Progressista, no pleito. Agora, muitos o acusam de estar sendo usado por Maduro para legitimar o pleito. Surgiram denúncias, inclusive, de que o opositor estaria considerando se juntar ao governo chavista caso saía derrotado das eleições.
Fonte: Veja
Créditos: Julia Braun