O desabafo de um pai que fez uma festa de aniversário para o filho na qual a criança não pôde comparecer viralizou no Facebook esta semana – a postagem tem 40 mil compartilhamentos e, além do texto, conta com 17 imagens e 3 vídeos (veja um deles ao final do texto). Na postagem, que inclui registros da comemoração sem a presença do aniversariante, Roberto Coutinho relata que a mãe de Miguel, da qual é separado, havia concordado com a comemoração, mas na hora marcada estaria indisposta. Além disso, ainda de acordo com o pai, ela também não teria permitido que o pai buscasse o menino, que completava 5 anos. A CRESCER procurou a mãe da criança, Mara Gadelha, que apresentou a sua versão dos fatos com exclusividade. Confira o depoimento dela a seguir:
“Eu fui casada com o pai do Miguel durante quase 9 anos. Quando eu engravidei, não foi planejado e, desde a gestação, eu notei um esfriamento do nosso relacionamento, o que culminou na nossa separação quando o Miguel tinha 14 dias de vida. Tento manter uma convivência pacífica com ele, sempre deixei muito claro que ele deveria ter uma relação com o filho, de modo que ele criasse um laço com nosso filho.
Chegou uma hora que o Miguel sequer reconhecia o pai pessoalmente. Não sei os motivos dele para não se fazer presente, mas para mim sempre soou como falta de amadurecimento. Foi apenas um ano atrás que ele começou a demonstrar maior interesse pelo filho. Foi quando sentamos e acordamos que ele pegaria o Miguel a cada 15 dias e também traria alimentos para ele. E ele vinha, quando não tinha outro compromisso, porém, só trouxe os alimentos na primeira quinzena.
Em fevereiro deste ano, ele, a avó e a tia do Miguel mencionaram a festinha. Esse desejo havia surgido depois de o Miguel contar ao pai que eu e meu marido daríamos uma festa para ele de um time diferente do que o Roberto torce. Se eu aceitei? Com certeza, na hora! Foi nessa mesma época que chegou a lista de material escolar e o Roberto, novamente, não cumpriu nosso combinado de dividir os gastos. Depois de 4 anos relutando, falando para todo mundo que eu não iria lutar por meus direitos na Justiça, eu desisti. Fui vencida pelo cansaço e entrei com uma ação por pedido de alimentos.
Dia 11 de abril, recebi uma ligação do Oficial de Justiça que me informou que o Roberto já tinha sido intimado, contudo, não tinha entregue o ofício ao RH da empresa [referente à pensão alimentícia] em que trabalha, algo que o juiz havia determinado provisoriamente. Me pediram que eu ficasse responsável pela entrega. Como é que o pai queria fazer uma festa para o filho, mas não queria entregar um ofício ao seu emprego para ter um desconto de 20% do salário referente à pensão alimentícia? Porque ele queria retardar esse direito do Miguel? Foi aí que eu comecei a perceber que a festa não era para o Miguel, a festa era para ele. Para ele mostrar para todo mundo que ele estava fazendo o papel de bom pai. Foi essa sensação que eu tive e que acabou se confirmando.
Quando chegou na semana da festinha, ele me ligou falando que ia pegar o Miguel na sexta porque ele precisava comprar a roupa para o evento. E avisou que essa roupa não voltaria com o Miguel, ficaria com ele. O que para mim foi a confirmação de que não era amor. Eu passei bastante mal na sexta-feira que antecedia a festa. Quando ele me ligou às 8h do sábado, eu falei que não estava me sentindo bem, que estava indisposta e que não queria brigar. Pedi que a gente adiasse a festa. Não falei em cancelar. Ao que ele respondeu: “com ou sem Miguel, vai haver festa”. Foi aí que eu tomei minha decisão. Às 13h, o Roberto chegou na loja do meu marido e disse a ele que, sendo assim, não iria ver o Miguel até o dia da audiência, no dia 25 de maio. Mais uma vez, ele me deu comprovações de que não se importava em estar perto do filho.
Acabou que meu filhote não foi mesmo e ele o expôs para todo mundo, o que gerou isso aí que está acontecendo. Se você perguntar para o meu filho se ele está triste, ele vai falar que não, porque ele foi para o shopping e se divertiu [no mesmo dia da festa]. Se eu me arrependo? Não, porque o dia a dia que eu passo com meu filho me mostra a criança feliz que ele é. Tenho a visão do ser humano que estou criando. O Roberto não veio procurar o Miguel depois disso, nem ninguém da família. Se eu deixaria? Claro, nunca vou proibir. O que eu proibi foi o Miguel de comparecer a uma festa que não era para ele.”
Mara ainda solicitou que a publicação do pai deixe de ser compartilhada a fim de proteger a privacidade do filho. CRESCER também procurou o pai, Roberto Coutinho, para comentar o incidente. Porém, não obteve resposta até o momento desta publicação.
Fonte: revista crescer
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