A empresa Doria Eventos, do ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, João Doria (PSDB), foi condenada a devolver R$ 55.836 aos cofres públicos do Estado de Mato Grosso por conta de um contrato feito com o governo do seu correligionário, o tucano Pedro Taques.
Em maio de 2016, quando Doria já se preparava para disputar a prefeitura, foi feito repasse de R$ 480 mil à sua empresa para a compra de uma cota no evento Lide Business Meeting, em Nova York (EUA).
As irregularidades foram apontadas pelo TCE-MT (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso), que durante uma auditoria no contrato celebrado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e a empresa detectou que o valor correto seria de R$ 424,1 mil.
Isso porque o governo mato-grossense havia comprado a cota de participação no evento em dólar, cerca de US$ 130 mil, e com cláusula de conversão cambial.
A assessoria de imprensa de Doria informou que o pré-candidato ao governo não irá se manifestar.
Por meio de nota, a Doria Eventos disse que emitiu nota fiscal com as devidas comprovações de contrapartidas atendidas. “E conforme informado pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, assim que o equívoco foi verificado – com relação à data de conversão do câmbio , o valor foi imediatamente ressarcido”.
Já o governo de Mato Grosso alegou na época do contrato que o repasse foi legal e que a contratação faz parte de uma estratégia para buscar investimentos internacionais.
“A participação no evento em 2015 rendeu ao Estado a garantia de R$ 1 bilhão em investimentos estrangeiros. Sendo assim, a relação é institucional, e não partidária.”
De 2010 a 2016, as empresas de Doria receberam mais de R$ 10 milhões de governos tucanos por meio de contratos. Além de Mato Grosso, os governos de São Paulo, Goiás e Paraná também já celebraram contratos.
De acordo com a empresa, todos os contratos são legais e cumprem todos os requisitos previstos em lei.
Fonte: Valor Econômico
Créditos: FolhaPress