92 pessoas da Bahia já receberam autorização da Anvisa para o uso da planta de forma medicinal
Todo mundo já ouviu em algum momento da sua vida histórias de pessoas que sofrem de fortes crises convulsivas e outros problemas graves que precisam do tratamento com a folha da maconha, mais conhecida como cannabis sativa. Esses pacientes, enfrentam a burocracia e pagam fortunas para o importar o chamado canabidiol ou CBD. Hoje, no Dia Internacional de Luta pela Liberdade do Uso e Legalização da Maconha – mais conhecido como Dia da Maconha – a luta de quem defende o uso medicamentoso da maconha ganha coro.
O assunto ainda é um grande tabu diante da sociedade. Epiléticos, portadores de Parkinson, microcefalia e outras doenças, lutam diariamente para conseguir o direito de fazer o tratamento com a planta. Por que a cannabis pode combater tantas doenças, especialmente as neurológicas? Ela ativa o sistema chamado de endocanabinoide do corpo humano, que regula o sistema nervoso. E os princípios ativos da maconha – CBD e TCH – na dose certa, estabilizam a atividade cerebral e regulam seu funcionamento.
A ampla utilização da maconha para fins recreativos entre os jovens é um dos principais motivos que restringe a indicação dos produtos à base da planta para fins terapêuticos. “O tratamento à base dos derivados da cannabis pode fornecer uma nova opção terapêutica para pacientes que sofrem de comorbidades neurológicas. Consequentemente, será um ganho tanto para os pacientes que poderão usufruir destes medicamentos, como para a indústria farmacêutica, que terá um novo medicamento no mercado”, afirmou Camila da Silva, professora de farmácia da Faculdade Mauricio de Nassau.
Sofrendo 40 convulsões diárias, um paciente de Salvador, que não teve a sua identidade revelada, ganhou recentemente o direito de fazer o tratamento com o remédio à base da maconha, após uma ação judicial. O jovem sofre da Síndrome de Dravet, um tipo grave de epilepsia, e após o tratamento associado a outros medicamentos, passou a ter uma convulsão a cada dois dias, uma redução de mais de 98,5%.
Desde 2014, a Anvisa começou a emitir autorizações especiais para importação do medicamento. O órgão retirou a CBD da lista de substâncias com importação proibida e hoje ela é considerada de uso controlado, como os antidepressivos. Até hoje 3.487 autorizações foram emitidas para importação da cannabis no Brasil e 92 dessas autorizações foram para pacientes da Bahia.
Neurologistas baianos e ativistas da Associação para Pesquisa e Desenvolvimento da Cannabis Medicinal no Brasil (Cannab) também estão prestes a conseguir uma liminar na justiça para plantar maconha, produzir o óleo e transformar a vida de milhares de pacientes. Com a produção do óleo indoor – em um ambiente fechado e controlado pela associação – os custos do CBD reduziriam em mais de 800%.
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Como importar o óleo canabidiol:
Somente a Anvisa disponibiliza os protocolos necessários para a importação do óleo canabidiol. Com a devida autorização para prescrever o medicamento, o médico deve acessar o cadastro do órgão e preencher o formulário com o diagnóstico e ficha do paciente. Anexado o relatório e prescrição do medicamento, a Anvisa autoriza ou não a importação.
Conheça o passo a passo para cadastramento na Anvisa:
1. Preencher o formulário para importação e uso do produto a base do canabidiol: Enviar formulário eletrônico pelo FormSUS ou preencher formulário para impressão e enviar por carta ou e-mail.
2. Anexar laudo do profissional legalmente habilitado
3. Anexar prescrição do produto por profissional legalmente habilitado
4. Preencher Declaração de Responsabilidade e esclarecimento para a utilização excepcional do produto
Conheça o passo-a-passo simples para a produção do CBD:
1. São plantadas sementes com cepas especificas para determinados tipos de doenças
2. Lâmpadas para vegetação e contra fungos devem ser instaladas para que a iluminação e temperatura ideais sejam atingidas
3. Folhas da maconha são prensadas e seu extrato em forma de pasta é diluído em azeite de oliva com uma densidade especifica
Fonte: Ascom Educa Mais Brasil
Créditos: Bárbara Maria