RC está sitiado na Capital

Gilvan Freire

Com um volume tão grande de desacertos políticos e administrativos nesses 15 meses de governo (32,3% do tempo total do mandato), parece que a administração de RC caminha para o naufrágio. Seria mesmo impensável que um governante cometesse tantos erros e acumulasse tantos desgastes sem uma reação em cadeia por parte da população. Tudo parece possível quando um líder autoritário surge para subjugar o povo em qualquer ponto do mundo, mais ainda nas regiões pobres do globo, mas parece que a revolução tecnológica e a internet estão de fato promovendo mudanças culturais surpreendentes em todos os lugares, especialmente através das novas mídias eletrônicas, baseadas em rede sociais. Não há outra explicação para os fenômenos sociais que estão ocorrendo.

Há evidências fortes de que está chegado o tempo em que os homens mais comuns, como Lula, Obama e Mandela, farão os tipos mais interessantes de lideres de massas entre seus povos, em contraponto às figuras histriônicas dos ditadores, via de regra acometidos de distúrbios graves de personalidades, desvios de conduta e sociopatias incuráveis. Mesmo assim e apesar disso, na contramão, ainda existem bolsões de atraso em alguns países da América Latina, Ásia e África, e aqui na Paraíba também.

Entre nós paraibanos, porém, lideres como Cássio, Maranhão, Cícero e Veneziano, detém juntos, provavelmente, algo em torno de 90% do agrado político do eleitor no Estado, o que não constitui nenhum demérito a Ricardo Coutinho, pois ele capitalizou-se, com o patrimônio eleitoral de outros e perdeu a chance de se impor na história local como um líder novo – uma força política emergente. É evidente que RC soma como governador muito mais de 10% da preferência eleitoral do Estado, mas retirando seus atuais aliados e medindo RC com os outros somados, não há como possa ele contar com fatia eleitoral mais significativa. É o preço do desmonte de um deus feito de papelão.

O CORREIO DA PARAÍBA NOTICIA O ÓBITO DO GOVERNO
As pesquisas deste final de semana, veiculadas pelo Correio da Paraíba, trazem uma constatação dramática do que acontece hoje a Ricardo Coutinho em seu território de influência política e eleitoral. Tudo por causa, certamente, de seu modelo vexatório de gestão no governo estadual – uma clara, ousada e persistente ação deliberada e conflituosa contra o que pensa e quer o grosso da população, que, além de insatisfeita e ofendida, toma-se de ódio e alimenta a vingança e a revanche a partir de João Pessoa, um lugar de onde RC foi lançado como míssel sujeito a subida, fracasso, descida e explosão sobre a base de lançamento. Só os soberbos não sabem quando e porque fracassam. Assim como os foguetes também não sabem – porque não pensam.

Em João Pessoa, hoje, segundo dados das pesquisas, os adversários de RC (incluindo Nonato Bandeira, com 2,4% e Geraldo Amorim, com 1,0% das intenções – que estão postulando como dissidentes governistas), a oposição já conta com 63,7% da preferência dos eleitores, contra míseros 7,7% atribuídos a Estelizabel, uma mulher brilhante e capaz que pagará, como Agra pagaria, pela impopularidade e empáfia de seu patrocinador. Ou seja, na única cidade onde RC tem influência direta e preponderante, seu prestígio eleitoral está reduzido a 12,8% do prestigio de seus desafetos, inimigos e dissidentes somados. E há sinais de que Maranhão e Cícero que somam sozinhos 48% das intenções de votos, (75,3 % de todos os votos da oposição), estão em fase de crescimento como principais líderes encarregados de explodir o míssel que subiu mas não soube encontrar uma direção no espaço.

A situação é gravíssima e comporta análises mais profundas. Na quarta-feira, eu conto o resto.