O Brasil registra fatos nos últimos tempos que não condizem com a natureza do nosso povo. Ordeiro, hospitaleiro, da paz. O atentado a bala ao ex-presidente Lula através de sua caravana no Estado do Paraná, talvez seja, até o momento, o ponto mais “alto” dessa escalada de intolerância e violência cívica. Até o momento.
E isso não acontece da noite para o dia. Infelizmente é um processo que vem sendo plantado, regado e adubado, com ódio, fascismo e intolerância, nos últimos anos. São atos, falas e personagens que estão dando forma a um dos momentos mais infelizes que o nosso país atravessa. Estamos divididos e isso seria bom, porque toda unanimidade é burra e pensamento único só existe onde não há liberdade para pensar diferente, mas divisão de pensamento sem respeito e tolerância é o caminho para o caos.
Vivemos um momento onde autoridades usam informações falsas para atacar a honra de gente morta, executada por ousar pensar e falar.
Vivemos um momento onde gente que defende estupro (de gente bonita) e chama uma filha mulher de “fraquejada”, ganha apelido de mito.
Vivemos um momento onde convicção vira prova, onde mentir e transferir frases de autor para o outro é licença poética e onde juízes agem a margem da lei, mas em nome da opinião publica, justifica seus deslizes.
Vivemos um momento onde ministros da nossa Suprema Corte perderam o respeito um pelo outro, pela Corte e pelo povo.
Vivemos um momento onde um ministro da Suprema Corte é ameaçado e teme ter o mesmo destino de seu antecessor.
Vivemos o momento em que o governador do mais importante estado do nosso país e o prefeito da maior cidade, “comemoram” o atentado a um ex-chefe de estado.
Dizer que o PT plantou e agora colhe, numa espécie de comemoração, ao fato de uma caravana capitaneada por um ex-presidente ser recebida a bala, é algo ainda mais repugnante que o próprio atentado, principalmente partido de autoridades constituídas, que deveriam repelir qualquer ataque a democracia, independente de onde parte e em que direção parte.
Que o momento de reflexão que a Semana Santa nos impõe, nos faça refletir para onde estamos levando nosso amado Brasil.
Fonte: Blog do Marcos Wéric
Créditos: Marcos Wéric