A República inteira sabe que Michel Temer é um gatuno contumaz.
Assalta os cofres públicos, na mão grande, desde a reabertura política.
Quando ele e sua gangue invadiram o Palácio do Planalto pela porta lateral, a pretexto de tirar o governo corrupto do PT, não havia olhos inocentes espreitando o vexame histórico.
Como a ocasião faz o ladrão, e Temer não costuma desperdiçar oportunidades de levar pra casa o que não lhe pertence, logo o grande público foi escandalosamente apresentado ao Temer que se esconde sob quilos de gomex e discursos recheados de mesóclises:
Malas de dinheiro.
Conversas de alcova com empresários corruptos.
Pedidos de mesadas para os comparsas.
Nada disso, porém, foi suficiente para tirá-lo do poder.
Repetindo o mantra de que o País precisava recuperar a estabilidade perdida (e que até agora não encontrou), Temer foi salvo duas vezes no Congresso Nacional – a mesma casa que, no verão passado, havia sido tão inflexível com os truques fiscais de Dilma.
Está claro hoje que Temer ficaria de qualquer jeito.
Pois havia sido escalado para cumprir uma pauta longa e indigesta: reformas trabalhista e previdenciária, arrochos, congelamento do orçamento – colhendo por tabela impopularidade em níveis que não o fariam se “assanhar” a pretensões descabidas.
Temer se assanhou.
E preparava uma pauta que não estava combinada para tentar recuperar a imagem e disputar a reeleição.
E é por isso – somente por isso – que todos os seus homens estão hoje na cadeia.
Não é justiça.
É um recado.
Todos sabem que – sim – Temer pediu propina às empresas que beneficiou no Porto de Santos.
Mas todos sabiam – também – que a mala de Loures era de Temer.
No tempo da mala, porém, o mala do Temer não ostentava esse assanhamento eleitoral.
Portanto, insisto: os homens de Temer estão na cadeia para entender que não pode descumprir o acordo, alinhavado no submundo político por sujeitos ocultos que manobram, ostensivamente, os destinos da nação.
E enquanto os brasileiros não revelá-los, estaremos todos condenados a um cativeiro eterno, sem jamais saber quem são – de verdade – nossos carcereiros.
Fonte: Blog da Adriana Bezerra
Créditos: Blog da Adriana Bezerra