A batalha do pequeno Weslley Gabriel Costa da Silva, de 6 anos, contra o câncer já dura dois anos. Após retirar um rim em 2017, ele faz tratamento nos pulmões, atingidos pela doença. O quadro do menino, que mora em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, se agravou este mês e ele precisa com urgência do medicamento Actinomicina ou Dactinomicina. Como o remédio não é vendido no país, a família entrou com uma ação contra o estado.
— Só o Estado recebe esse medicamento, mas, como meu filho tem plano de saúde, não poderia receber. Então, dei entrada com ação pela Defensoria Pública. Pelo SUS, todos têm direito — declarou a promotora de vendas Carla Orestes Cota, de 45 anos.
Carla entrou com ação de antecipação de tutela. A primeira decisão saiu em fevereiro mesmo. A Justiça chegou a determinar busca e apreensão do medicamento, mas não foi localizado.
A doença foi descoberta em 2016. Do rim, o tumor foi para o pulmão esquerdo. Em novembro, atingiu os dois pulmões. Mas uma tomografia realizada este mês acusou piora do quadro. Segundo Carla, o medicamento poderia impedir a evolução da doença:
— Se o Estado não oferecem fazemos o quê? Deixamos morrer? Só de madrugada, foram sete crises de dor. As crises voltam em menos de três horas.
Weslley é paciente da Clínica de Oncologia Pediátrica (Cope). O tratamento é possível porque ele tem o plano de saúde da Amil. Além de entrar com ação contra o Estado, Carla procurou o plano de saúde:
— Eles demoraram cinco dias para responder. Pediram o laudo e nós enviamos, mas ainda não tivemos respostas.
Ontem, após contato do EXTRA, a Amil informou que o medicamento havia sido liberado para a Cope, após envio pela família de laudo da tomografia do paciente
A Secretaria estadual de Saúde informou que não fornece o medicamento Actinomicina diretamente aos pacientes, somente às unidades habilitadas em alta complexidade em oncologia no SUS. A compra do medicamento é feita pelo Ministério da Saúde e a SES fornece aos hospitais habilitados.
Fonte: Extra
Créditos: Extra