Devido aos efeitos da queda drástica das vendas de autoveículos (automóveis, caminhões e ônibus) nos últimos três anos, a frota circulante praticamente estagnou. Para se ter uma ideia, no ano de 2017, pouco mais de 889 mil veículos foram agregados a esta frota, um crescimento de apenas 1,37% em relação ao ano anterior. É o que indica o levantamento realizado pelo Empresômetro, empresa brasileira de inteligência de negócios em parceira com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT, instituição referência no Brasil em assuntos estratégicos e de tributação.
É um verdadeiro censo da frota brasileira, com a compilação de dados dos últimos oito anos de todos os veículos em circulação por tipo, marca, modelo e ano de fabricação por estado e por município, como explica o advogado tributarista e Coordenador de Estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral: “o estudo levou três anos para ser concluído e se constitui no mais completo levantamento da frota brasileira de veículos em circulação”, afirma.
Há no Brasil 65,8 milhões de veículos dos mais diversos tipos entre leves, ônibus, caminhões e motocicletas, todos esses em efetiva utilização. Desse total, 41,2 milhões são automóveis (62,65%), 7,0 milhões são comerciais leves (10,67%), 2 milhões são caminhões (3,09%), 376,5 mil são ônibus (0,57%) e 15,1 milhões são motocicletas (23,01%). Do total de veículos no país, 748.522 automóveis estão registrados no estado da Paraíba.
O Estado de São Paulo possui a maior frota circulante, com 18,9 milhões de veículos (28,76% do total), seguido por Minas Gerais com 8,1 milhões de veículos (12,28%) e Paraná com 5,2 milhões de veículos (7,83%). Contrapondo-se, as menores frotas estão nos estados do Amapá, com 122,5 mil veículos (0,19% do total), Roraima, com 125,1 mil veículos (0,19%), e Acre, com 192,1 mil veículos (0,29% do total).
“Os números dos veículos efetivamente em circulação foram resultados de pesquisas junto ao Denatran, Secretarias de Estado da Fazenda (IPVA), ANTT – Seguradora Líder (DPVAT), com a captura de dados através da Lei de Acesso à Informação”, explica o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
Desde 2011, quando mais de 4 milhões de veículos foram adicionados à frota, com crescimento de 8,32% em relação ao ano anterior, o ritmo de crescimento da quantidade de veículos em circulação vem caindo, atingindo um pífio aumento de 889 mil em 2017, equivalente a 1,37% em relação a 2016. Segundo Olenike, “se não houver imediata mudança nas políticas para renovação da frota, haverá encolhimento dessa frota circulante, com reflexos econômicos perversos para o país”.
A relevância desse estudo para o governo e setor privado é elevada. “O levantamento é imprescindível para a formulação de políticas públicas e estratégias empresariais, interessando aos governos, montadoras, indústrias, atacadistas e varejistas de veículos, peças e acessórios, seguradoras, instituições financeiras, reparadores, entidades empresariais e instituições de ensino e pesquisa”, ressalta Gilberto Luiz do Amaral.