A vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSOL, que foi morta a tiros no bairro do Estácio, região central da capital carioca, na noite desta quarta-feira (14), é filha de uma paraibana, Marinete da Silva.
Em depoimento ao ParlamentoPB, a tia de Marielle, Marlene Cavalcante, que também é paraibana e mora nos Bancários, em João Pessoa, disse que o crime deixou a família “arrasada”. “Toda a família está arrasada, todo mundo abalado, uma tristeza imensa. Minha irmã está arrasada”, disse a tia da vereadora, que foi enterrada no final da tarde desta quinta-feira (15), no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. A mãe de Marielle Franco, Marinete da Silva, nasceu na cidade de Alagoa Grande, terra da líder sindical Margarida Maria Alves, que também teve a vida ceifada de forma violenta.
Dois primos de Marielle, que moram em João Pessoa, viajaram para o Rio para o velório e sepultamento. A morte de Marielle, defensora dos direitos humanos e da igualdade social, chocou o país e repercutiu no mundo. A vereadora voltava de um evento chamado “Jovens negras movendo as estruturas”, na Lapa, na noite da quarta, quando, de acordo com testemunhas, teve o carro emparelhado por outro veículo, de onde partiram os tiros. Ela estava dentro de um carro acompanhada de um motorista, Anderson Gomes, que também foi morto, e de uma assessora, que foi ferida apenas pelos estilhaços dos vidros quebrados do veículo. A vereadora estava indo para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio.
Há duas semanas, Marielle havia assumido a relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro e vinha se posicionando publicamente contra a medida. A parlamentar também chegou a denunciar, em suas redes sociais, no fim de semana, uma ação de policiais militares na favela do Acari. “O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. (…) Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu. Trajetória Eleita com 46,5 mil votos, a quinta maior votação para vereadora nas eleições de 2016, Marielle Franco estava no primeiro mandato como parlamentar.
Oriunda da favela da Maré, zona norte do Rio, Marielle tinha 38 anos, era socióloga, com mestrado em Administração Pública e militava no tema de direitos humanos. Deixou uma filha de 20 anos. Vigília em João Pessoa O PSOL e o movimento Frente Povo Sem Medo Paraíba promovem nesta sexta-feira (16), na capital paraibana, uma vigília em memória da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.”É hora de solidariedade, é hora de reação”, afirmam os organizadores. A vigília acontece às 16h, no Parque Solon de Lucena.
De acordo com nota divulgada pelos organizadores do evento, “a morte de Marielle e de Anderson não é uma questão pontual, é parte da realidade do povo negro e pobre do nosso Brasil, mas na atual conjunta é mais do que isso, é a tentativa de calar os que lutam por democracia, que lutam pela vida”. Para eles, “tudo indica que foi uma dura execução política” e prometem: “Não vão nos calar! A luta de Marielle seguirá!”.
Veja íntegra da nota:
Vigília em Memória de Marielle, Mulher, Negra, da Periferia, Vereadora (PSOL/RJ) Na última quarta-feira, 14 de março, foi assassinada/executada Marielle Franco, mulher, negra, da periferia, vereadora pelo PSOL do Rio de Janeiro.
No dia 28 de fevereiro Marielle foi nomeada relatora da comissão que vai acompanhar a intervenção militar no RJ; 10 de março Marielle denuncia violência policial em Acari; 14 de março Marielle e Anderson, que dirigia o carro com Marielle, são executad@s à tiros. Não vão nos calar! A luta de Marielle seguirá! Nós da Frente Povo Sem Medo Paraíba e do PSOL/PB faremos em João Pessoa uma “Vigília por Marielle e Anderson”, será nessa sexta-feira (16/03/2018), 16h, na Lagoa. Contamos com a presença de todos os movimentos, entidades, indivíduos, é hora de solidariedade, é hora de reação!
A morte de Marielle e de Anderson não é uma questão pontual, é parte da realidade do povo negro e pobre do nosso Brasil, mas na atual conjunta é mais do que isso, é a tentativa de calar as/os que lutam por democracia, que lutam pela vida, tudo indica que foi uma dura execução política.
Fonte: Parlamento PB
Créditos: Parlamento PB